segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Falta de sono prejudica o trabalho de 48% dos brasileiros.

Acordar pela manhã e ter a sensação de não ter dormido o suficiente para reiniciar a jornada de trabalho é mais comum do que se imagina. Uma recente pesquisa realizada com brasileiros mostrou que, a cada noite, um terço da população não descansa todas as horas que julga ser necessário. O problema tem reflexos imediatos na queda de rendimento e no maior risco de acidentes de trabalho.

Sono versus produtividade

Noites mal-dormidas estão influenciando negativamente a vida dos trabalhadores brasileiros. A constatação é de uma análise realizada com 875 pessoas em todo o país realizada pela Philips, em parceria com o Instituto Ipsos. Um total de 53% dos entrevistados revelou que a privação de sono atinge sua saúde mental e física, e 48% alegou que prejudica seu desempenho no emprego. O resultado mostrou que o problema tende a diminuir com a idade e atinge mais as mulheres do que os homens. Na comparação entre as regiões do Brasil e classes sociais, a população do Nordeste e de classe C são as que registram as melhores noites de sono.

Fatores

A professora titular do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, Frida Marina Fischer, alerta que entre as atividades mais expostas à privação de sono estão os profissionais do trânsito e aqueles que trabalham à noite ou em turnos. "Alguns motoristas de táxi, por exemplo, chegam a trabalhar 12 horas por dia e, por desenvolverem tarefas que exigem muita atenção, se não descansam o necessário, acabam dormindo ao volante e causando acidentes", afirma. Segundo a pesquisa da Philips e do Instituto Ipsos, as razões mais apontadas para as noites mal-dormidas foram: dormir tarde e acordar cedo, as preocupações e o estresse do dia a dia. Entre os 36% que relataram algum nível de estresse, a faixa etária mais atingida foi dos 16 aos 34 anos. As principais causas identificadas foram o medo da perda de emprego e questões financeiras.

Prevenção

A privação de sono provoca irritabilidade, prejudica a atenção, a coordenação motora, a imunidade, o tempo de reação, a memória e a capacidade de concentração, contribuindo para o maior risco de acidentes. "Substâncias como a melatonina aumentam a sonolência, enquanto que elevados níveis de cortisol fazem acordar. Quando não se dorme adequadamente, a liberação dessas substâncias é alterada", explica Frida. Respeitar o ritmo do organismo para evitar a sonolência excessiva e manter hábitos saudáveis são medidas indispensáveis para garantir a segurança e a qualidade de vida no trabalho. É importante que os profissionais tenham consciência de que, ao perceberem o problema, devem procurar a orientação de um especialista.

Fonte - Revista Proteção

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