segunda-feira, 21 de maio de 2012

Doze trabalhadores de Curitiba já foram afastados devido a ataques de cães em 2012



Funcionários da Sanepar e da Copel participam de uma campanha para reduzir o número de acidentes com cães em Curitiba. Promovida pelo Hospital Universitário Cajuru – o maior centro de atendimento a emergências médicas da capital – a campanha pretende conscientizar a população sobre os cuidados necessários para evitar esse tipo de acidente, responsável por boa parte dos afastamentos de funcionários das duas empresas estatais e também de outras prestadoras de serviços públicos, como os Correios e a Cavo.

A campanha será realizada em pontos de grande movimentação, como terminais de ônibus e hipermercados. Serão distribuídos materiais informativos sobre cuidados e a responsabilidade de cada um com os animais e uma cartilha com dicas para identificar sinais de um possível ataque, como proceder em casos de acidentes e os primeiros socorros a serem dispensados à vítima.

A Sanepar registrou no ano passado, apenas em Curitiba e região, 48 casos de leituristas afastados do trabalho em razão de mordidas de cães. Este ano, já são 12 casos, um deles grave. Na maior parte dos casos, os leituristas sofreram ataques nas pernas, mãos e dedos. “Alguns já passaram por essa situação mais de uma vez”, diz o gerente da Unidade de Faturamento da Sanepar, Marcos Cardoso.

Na Copel, os ataques de cães a leituristas representam a principal causa de acidentes sofridos por empregados em Curitiba, correspondendo a 30% do total de casos. Apenas nos primeiros três meses de 2012, foram sete acidentes causados por ataques caninos. De acordo com o Setor de Segurança do Trabalho da companhia, em cerca de 70% dos acidentes com cães há omissão ou negligência do proprietário.

Por isso, a Copel já vem adotando ações para tentar neutralizar os riscos, como enviar cartas com orientações aos consumidores, alertando os donos de cães sobre assuas responsabilidades na guarda de animais e com a segurança de terceiros.

Em 2011,a companhia passou a tratar judicialmente os casos de acidentes com cães. Após comunicação da ocorrência à autoridade policial, há instauração de demanda no Juizado Especial Criminal, com acompanhamento e apoio da Diretoria Jurídica da empresa. Há vários processos em trâmite, visando responsabilizar os proprietários dos animais com base nos artigos 31 da Lei de Contravenções Penais (omissão de cautela), 129 do Código Penal (lesão corporal) e 186 do Código Civil.

“Além de zelar pela integridade física dos seus empregados, a intenção da Copel é deixar claro aos proprietários de animais que eles têm responsabilidade direta pela segurança das pessoas”, esclarece Adílson Majchszak, gerente da Divisão de Leituras da Superintendência Regional de Distribuição Leste da Copel, setor encarregado da leitura mensal de todos os medidores de consumo de energia elétrica instalados em Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.


PREVENÇÃO– O gerente da Unidade de Faturamento da Sanepar, Marcos Cardoso, diz que os acidentes com cães causam traumas profundos nos empregados e um prejuízo grande para a empresa. “Fazemos treinamentos todos os anos, mas há casos em que é difícil evitar o acidente, já que muitos cachorros ficam soltos na rua e alguns donos chegam até a incitar os cães contra os leituristas”, afirma.

Para reduzir o número de acidentes, tanto a Sanepar quanto a Copel pedem que a população adote medidas de prevenção e prenda seus cachorros em dias de leitura do consumo de água e energia elétrica. “Os portões devem ficar trancados, as grades devem ser adequadas ao tamanho do cachorro, evitando que a cabeça do animal passe pelo vão, e os muros devem ser altos, impedindo que o cão pule”, orienta Cardoso, da Sanepar.

Ele pede também que os proprietários dos imóveis facilitem a leitura, colocando o hidrômetro num local de fácil acesso e a caixa de correio numa altura que impeça que os cães alcancem a mão dos leituristas. “São atitudes simples, masque demonstram respeito ao trabalhador”, diz Cardoso.

Como medida de segurança, os próprios leituristas da Sanepar podem registrar no equipamento que faz a leitura da conta um alerta sobre a existência de cão solto ou bravo. Esse alerta sonoro tem o som de um latido. Toda vez que o leiturista se aproxima do imóvel, o alerta é dado, prevenindo os acidentes com cães. O proprietário, por sua vez, recebe um comunicado na conta de água para que prenda o cachorro nos dias de leitura.

Na carta que costuma enviar a seus consumidores, a Copel também recomenda que os cães sejam mantidos presos nos dias de leitura, independentemente do tamanho ou temperamento do animal. E alinha alguns cuidados básicos para evitar que os cães de guarda venham a ferir pessoas ou outros animais, tais como adestramento básico, instalação de cercas protetoras, manutenção dos cães em canis apropriados e adequados ao seu porte, uso de guia e coleira e, se possível, sinalização externa visível com a placa “CÃO BRAVO”.

A Copel também relembra ao proprietário sobre a necessidade de manter seu cão vacinado e de não deixá-lo solto na rua.


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