sábado, 24 de novembro de 2012

SESI oferecerá programa para melhorar a segurança e a saúde dos trabalhadores de frigoríficos


O Serviço Social da Indústria (SESI) terá, a partir do próximo ano, um programa para melhorar a segurança e a saúde no trabalho nos frigoríficos, um segmento da economia que emprega 750 mil pessoas e exporta cerca de US$ 15 bilhões ao ano.

A iniciativa foi apresentada no Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho do Setor Frigorífico, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo SESI nesta quarta-feira, 21 de novembro, em Brasília. 

De acordo com Eduardo Arantes, analista de Negócios Sociais do SESI, há cerca de três meses a entidade visitou frigoríficos de Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás para conhecer ambientes de trabalho e os processos produtivos do setor. “Estamos conhecendo a situação das empresas para fechar uma proposta adequada ao setor”, explica.

Segundo Arantes, o programa de segurança e saúde no trabalho para o setor frigorífico deve seguir os modelos de iniciativas semelhantes, já elaboradas pelo SESI, para os segmentos da mineração e de construção. “O foco nesses três setores se deve ao tamanho e à importância no mercado brasileiro”, destaca o analista do SESI. 

Para o diretor técnico-científico da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ariel Antonio Mendes, o programa deve beneficiar muitas empresas, sobretudo, de pequeno e médio portes, que têm mais dificuldade de ter acesso a metodologias e ferramentas de segurança e saúde no trabalho. “A questão ergonômica é a principal para o setor. Empresas precisam treinar trabalhadores para ter postura adequada, além de ensinar a segurar ferramentas de trabalho, como uma faca, para evitar lesões”, exemplifica Mendes.

SEMINÁRIO – Além de representantes empresariais, participaram do encontro promovido pela CNI e o SESI representantes dos trabalhadores, Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. Outro assunto debatido foi a regulamentação sobre segurança e saúde no trabalho no setor frigorífico, que está na pauta de reuniões entre governo, empresários e trabalhadores. 

Conforme o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan, a norma, que deve entrar em vigor no próximo ano, é um avanço, pois é a primeira construída em conjunto entre as três partes interessadas no assunto: governo, empresários e trabalhadores. “Será uma norma adequada às diversas realidades e com capacidade de ser cumprida”, diz Furlan.

A opinião é compartilhada por Ricardo Gouvêa, coordenador da bancada patronal do Comitê Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho, coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo ele, mesmo com pontos que elevem os custos das empresas, a nova norma dá clareza sobre as obrigações das empresas. “Hoje estamos com elevada insegurança, pois fiscais do trabalho interpretam a lei de diversas formas”, destaca. “Com a regulamentação, teremos uma direção e como nos adaptar.”

Fonte: Clovis Veloso de Queiroz Neto
Segurança e Saúde no Trabalho - SST
Confederação Nacional da Indústria - CNI
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