segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Alpinista morre ao escalar pão de açúcar


O Globo

Alpinista morto ao escalar Pão de Açúcar despencou de altura de 70 metros. Queda teria sido provocada pelo rompimento de um cabo de aço que fica preso ao paredão por grampos de aço.
Por: Luiz Ernesto Magalhães

Rio — O alpinista ainda não identificado que morreu do Pão de Açúcar neste domingo despencou de uma altura de 70 metros. A queda teria sido provocada pelo rompimento de um cabo de aço que fica preso ao paredão por grampos de aço. A informação foi dada pelos dois primeiros alpinistas que chegaram ao local, por volta das 15h30m. Bombeiros do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), com apoio de militares do Humaitá, resgataram o homem por volta das 16h30m. Ele estava acompanhado de uma mulher, que também se feriu.

O oficial de Justiça Carlos Correia dos Anjos e o bombeiro da reserva Josivaldo de Jesus contaram que tinham terminado uma escalada, quando funcionários do Caminho Aéreo Pão de Açúcar — que administra o local — pediram ajuda, já que haviam constatado um acidente.

— O cabo estava partido. O rapaz era quem guiava a escalada e caiu de uma altura de cerca de 70 metros, batendo várias vezes nas rochas. A menina também se machucou. Ela ficou presa pelas cordas, que queimaram suas mãos e a apertavam tanto, que, quando chegamos, ela estava sufocando — contou Carlos Correia.

Ainda segundo Correia, o caminho escolhido pelos alpinistas não apresenta alto grau de dificuldade. Eles subiram pela rota conhecida como Via dos Italianos e estavam na Via Ferrata, ou Cepi, a aproximadamente 20 metros do cume.

Os bombeiros levaram o rapaz de helicóptero e pousaram na Escola de Educação Física do Exército, dentro da Fortaleza de São João, na Urca, na Zona Sul do Rio. Segundo informações dos bombeiros, a vítima ainda estava viva e morreu ao dar entrada no Hospital Rocha Maia.

Desacordado no resgate

O tenente do Corpo de Bombeiros, Thiago Henrique Germano da Silva, que participou do socorro às vítimas, contou que, quando os bombeiros chegaram ao local, o rapaz já estava desacordado.

— O estado dele aparentava estar muito grave, ele sofreu múltiplas lesões. A mulher que estava com a vítima está bem, ela sofreu apenas algumas escoriações — conta Silva.

O tenente disse ainda que não chegou a observar se houve ou não o rompimento do cabo porque a prioridade era fazer o resgate das vítimas.

A acompanhante do rapaz, ainda não identificada, desceu do bondinho por volta de 18h30m e foi levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Depois que ela foi resgatada, ela passou boa parte do tempo sentada numa área de apoio do paredão. A mulher foi levada no começo da noite para o Hospital Miguel Couto, na Gávea.

O dentista paulista Roberto Andrade contou que cerca de 200 pessoas estavam no alto do Pão de Açúcar quando o acidente aconteceu.

— Muitos turistas, principalmente estrangeiros, ficaram assustados, sem entender o que acontecia. Só sabíamos que alguém havia caído na escalada. A gente fica na dúvida sobre a segurança que os cariocas e os turistas têm para escalarem — disse o turista.

A assessoria de imprensa do Caminho Aéreo Pão de Açúcar afirmou que só se responsabiliza pelo complexo turústico e não pela manutenção das vias.

Durante o regate, o helicóptero deixou um médico com o alpinista no morro para os primeiros-socorros, enquanto retornava para Copacabana para resgatar duas jovens que se afogavam na praia. Depois, a aeronave retornou ao Pão de Açúcar. Segundo os bombeiros, as banhistas passam bem.

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