Quando
na ativa, na década de 80, o corpo de bombeiros do Estado de São Paulo convidou
vários profissionais da área de segurança, para compartilharem experiências
sobre desastres.
Isto
porque, os soldados do fogo ao adentrarem em uma área industrial, ficavam e
ficam, expostos a produtos químicos, equipamentos, matérias primas
desconhecidas deles, e não afetas ao seu dia a dia no combate a incêndios em
prédios residenciais e comerciais.
Partiu
de uma empresa estrangeira, na época muito organizada com relação à Brigada de
Incêndio, estender o convite aos membros dos SESMTs das empresas da região Sul
Fluminense, para, em conjunto, analisar as implicações que trariam às empresas,
uma regulamentação estadual sem a participação destas com suas diversidades de
materiais e sistemas de trabalho.
Na
época, chegou-se à conclusão da necessidade de se criar um Plano de Emergência
para a Via Dutra, no trecho Fluminense, principalmente com relação a desastres
com químicos.
UM GRUPO REGIONAL PARA ESTUDOS DE SST
A
grande vantagem dessa experiência foi a criação de um grupo regional para
estudos de segurança do trabalho, que muito veio a contribuir nesse caso e
depois até mesmo no estudo de Normas Regulamentadoras, em um canal direto que
passamos a ter com o Ministério do Trabalho, inclusive na regulamentação de
Cargas Perigosas.
Após
anos de existência, onde contribui como Coordenador, acabamos chegando à
necessidade de se criar, como dissemos acima, um Plano de Emergência para
socorro de desastres com caminhões na Via Dutra.
Logo
necessitamos um veículo com todos os equipamentos para socorro, primeiros
socorros, Epis para os socorristas, literatura sobre os diversos produtos que
circulam pela estrada, suas características, número da ONU, etc.
Isto,
hoje, com muito mais recursos do que à época, principalmente com o recurso da
informática e a rapidez da internet, pode ser trabalhado com segurança,
montando-se equipes de atendimento de emergências, treinando-os para que uns
não interfiram nas áreas de outros, principalmente sem adentrar nas áreas dos
Corpos de Bombeiros.
Com
relação às cidades, hoje, com muito mais facilidade pode-se profissionalizar as
equipes que compõe as Defesas Civis, organizando-as para primeiros socorros,
vazamentos de produtos químicos, proteção dos mananciais, desabamentos,
escorregamentos de encostas, fogo nas matas, etc.
DEFESA CIVIL E PLANO DE EMERGÊNCIA
Defesa
Civil, com plano de emergência adequado dará uma segurança muito grande à
população dos municípios. Brigada de incêndio, onde não houver Corpo de
Bombeiros, bem treinados e com materiais adequados aos riscos encontrados nos
municípios, poderão atuar sem perigo, em suas emergências. Evidentemente que,
essas equipes poderão colaborar e muito com a fiscalização em um trabalho
preventivo residencial, comercial e industrial, levantando-se de antemão,
produtos, equipamentos, matérias primas e suas reações com água e fogo,
desabamentos e deslizamentos de encostas.
Mas,
tudo isto deve ser considerado com a devida importância e seriedade pelas
administrações municipais, sem o que, não se chegará a nenhum lugar. Vejam a
importância de um Plano de Emergência bem estruturado, que chegue ao ponto de
se conhecer todos os materiais empregados nas estruturas das construções de
locais de reunião de público, que a equipe ao estar se deslocando para um local
de desastre, já poderia a caminho, estar estudando os riscos daquela ocorrência
que irão atender.
Não
estamos falando de nada absurdo. Se isto existisse em Santa Maria, por exemplo,
os profissionais que lá fossem combater o fogo não iriam, com certeza,
enfrentar gases tóxicos porque durante a fiscalização do plano de emergência já
teriam sido levantados os materiais que poderiam gerá-los, e não seriam
empregados ali. E, claro, o número de vítimas seria outro bem menor, ou até
mesmo sem vítimas fatais.
Mas, e
novamente o mas, nossas prefeituras estariam em condições de colocar isto em
prática? Se nem a execução das Normas Regulamentadoras são observadas na sua
maioria?
Mas,
não podemos desistir de perseguirmos uma condição melhor para nossos filhos e
netos. Não podemos aceitar que Municípios não tenham sequer organizadas uma
Defesa Civil atuante, com os mínimos recursos para atendimento de acidentes e
um bom Plano de Emergência.
Amaro
Walter da Silva, Eng de Seg do Trabalho
Coordenador
de Hardware (NRFACIL)
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