Publicação
apresenta equipamentos, procedimentos e normas obrigatórios no dia-a-dia dos
canteiros de obras, além de um estudo de caso sobre a situação atual do
trabalho em altura.
Rodrigo Louzas, do Portal PINIweb.
A Editora PINI acaba de lançar o
livro "Segurança em Altura na Construção Civil - Equipamentos,
Procedimentos e Normas", de autoria dos professores Roberto Serta, Rodrigo
Eduardo Catai e Cezar Augusto Romano.
O livro apresenta uma bibliografia de qualidade e atual sobre a
segurança do trabalho voltada principalmente às atividades em altura dentro da
construção civil. Além disso, a publicação traz um estudo de caso sobre a
situação atual do trabalho em altura dentro de canteiros de obras.
Evidenciando a relevância do livro, a última pesquisa que se tem
conhecimento sobre o assunto, realizada em 2011, mostra que a cada 100 mil
trabalhadores da construção, seis morrem por acidentes no canteiro de obras.
Vale ressaltar que a utilização, manutenção e conservação dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) é responsabilidade das empresas da construção civil.
Confira a entrevista com o professor Roberto Serta, um dos autores do
livro.
O Brasil ainda possui um número alto de acidentes
de trabalho em obras. De quem é a responsabilidade por isso?
As normas e legislações em nosso país são bem completas quanto à
segurança do trabalho na construção civil, porém ainda existe uma defasagem no
seu atendimento, por parte dos trabalhadores e principalmente dos empregadores
que deixam de lado a aplicação destas normas e legislações. Também de uma forma
geral, a realização de obras em curto prazo, sem um planejamento adequado das
atividades e a falta de treinamentos contribuem para este alto índice de
acidentes. Ainda temos uma falta de conscientização pelos gestores das obras,
que não priorizam a segurança nos canteiros.
Quais são os equipamentos que frequentemente não
são usados em trabalho em altura e que são importantes e obrigatórios segundo
as normas técnicas?
Podemos dividir em dois tipos de equipamentos, sendo os EPI's (cinto de
segurança e componentes de ligação) e também os EPC's (linhas de vida e pontos
de ancoragem). Os EPI's são menos utilizados e, em algumas situações,
utilizados de forma errada, não sendo ligados a sistemas de linha de vida ou
pontos de ancoragem. Todos estes equipamentos são citados em normas técnicas.
As condições de trabalho e equipamentos necessários
devem ser previstos já no projeto? Quem especifica esse tipo de equipamento?
Sim, as atividades e condições de trabalho devem ser realizadas na fase
de projeto e planejamento de obras, com uma análise dos riscos das atividades e
após isto planejar medidas de prevenção de acidentes. A NR 18 exige que a obra
tenha o PCMAT para atender estas etapas citadas, porém este documento em
algumas obras fica somente no papel e não é executado. A especificação destes
equipamentos é de responsabilidade da segurança do trabalho, porém os engenheiros
do projeto e de execução de obras devem de prever as medidas planejadas, assim
como a implantação e utilização destas no canteiro de obras. Os gestores dos
canteiros têm a responsabilidade de implementar as medidas planejadas,
mantê-las e cobrar suas utilizações pelas equipes.
Cabe a quem fiscalizar o uso dos equipamentos e sua
gestão dentro do canteiro de obras?
A fiscalização dentro do canteiro de obras é de responsabilidade do
SESMT (Engenheiros e Técnicos de Segurança do Trabalho), assim como a própria
CIPA, porém cabe ressaltar que a responsabilidade de uso é do trabalhador e de
garantir que este utilize é de seu gestor, pois este é que delega as atividades
a serem realizadas.
As normas técnicas especificam a durabilidade
desses equipamentos? Quando trocá-los?
Todo EPI tem a sua especificação em função do risco e também é
homologado pelo Ministério do Trabalho, que emite o CA (Certificado de
Aprovação). Assim como qualquer outro equipamento, o EPI tem a sua vida útil em
função de sua frequência de utilização e do ambiente em que é utilizado. Todo
equipamento deve ser inspecionado antes de sua utilização e trocado quando
estiver danificado. Por exemplo, o cinto de segurança pode estar com suas
fivelas corroídas, com as fitas esgarçadas, comprometendo a resistência a que
foi projetado e não garantindo a segurança do trabalhador.
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