Luciano
Bottini Filho - O Estado de S. Paulo
A cavalaria do
choque agora será blindada. Para estrearem na Copa do Mundo, os animais
ganharam uma armadura com um conjunto de viseira de acrílico, botas
antiderrapantes, protetor facial e um cobertura de couro maior no peito. Os
policiais militares por sua vez vão usar uma nova indumentária semelhante à
roupa do "Robocop" - um exoesqueleto de polipropileno, um material
resistente a todo o tipo de pancadaria esperada nos próximos grandes eventos.
Cavalaria da PM
treina com novos equipamentos de segurança.
Os duzentos kits
de proteção começaram a ser usados nos treinamentos neste mês. Cada conjunto
custou cerca de R$600 para os acessórios dos cavalos e R$2.300 pela
nova vestimenta.
Antes, os animais
andavam sem nenhum equipamento que pudesse amortecer o impacto de ataques de
manifestantes. A face e o focinho do cavalo, o chamado chanfro, são
especialmente sensíveis, o que leva ao risco de quedas e tropeços. Sem as
botas, eles podiam escorregar e desestabilizar as operações. Os PMs tinham
apenas um colete balístico e eram vulneráveis a quedas, tiros e objetos
lançados.
"É um projeto
já em preparação há quatro anos. Aconteceu de coincidir com a Copa, mas servirá
para operações em praças esportivas, reintegrações de posse e para todos os
outros eventos que possam trazer perigo para o cavalo e o policial
militar", diz o comandante do pelotão de doma (picaria), tenente Rafael da
Silva Gouveia.
Os animais
precisaram passar por uma preparação especial em uma arena aberta coberta de
areia nas últimas semanas. Na maioria exemplares da raça Hípica Brasileira, os
231 cavalos do Regimento de Pelotão Montado 9 de Julho passaram por um período
de adaptação e estranharam de início os acessórios.
A viseira causa
uma diferença de visibilidade com o reflexo da luz e, de regra, o material de
montagem deve ser minimalista, uma vez que qualquer novo equipamento pode
deixá-los irritados e desconfortáveis. Não por menos, houve cenas de
desequilíbrio e acidentes. As botas tiveram que ser testadas em diferentes
pisos nas ruas.
Para os PMs,
a armadura também exigiu adaptação. Com tamanho único, o conjunto é
dividido em parte superior e inferior, com placas articuladas e ajustáveis ao
tamanho do policial semelhante a roupa de motociclistas. Quente, a roupa tem
nas costas uma mochila. " Para guardar água e se hidratar", diz
Gouveia.
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