Três responsáveis pela obra de shopping deverão responder por homicídio
culposo pela morte de sete pessoas
A polícia atribuirá aos engenheiros a responsabilidade pela tragédia que matou sete pessoas deixou outra ferida com o desabamento de uma parede durante as obras de construção do Pátio Cianê Shopping, na rua Comendador Oeterer, na noite de 20 de dezembro de 2012. Os três engenheiros que eram responsáveis pelos trabalhos devem ser indiciados por homicídio sem a intenção (culposo) nos próximos dias, segundo revelou na tarde de ontem a delegada da Polícia Civil que preside o inquérito, Daniela Lara de Góes.
A delegada Daniela de Góes afirmou que os laudos com os pareceres da Polícia Científica a fez crer que se as escoras que somente foram instaladas após o acidente tivessem sido montadas antes, mesmo que a queda viesse a ocorrer, a parede desabaria de outra forma, talvez um pequeno pedaço e não necessariamente para fora da obra como ocorreu, atingindo as pessoas que estavam trafegando no interior dos seus veículos no trânsito da região central de Sorocaba, e que nada tinham a ver com a construção. Ela chamou a atenção para o fato dos engenheiros responsáveis sequer terem um estudo de estabilidade da estrutura daquela parede com quase um século, que pudesse afastar a responsabilidade deles pela queda. "Eles não se cercaram dos cuidados necessários (para evitar o acidente)", avaliou a delegada.
Daniela de Góes disse que divulgará os nomes dos engenheiros que responderão pela queda e mais detalhes do que foi apurado no inquérito assim que fizer o indiciamento, em no máximo 15 dias, segundo prevê a própria delegada. Explicou que os engenheiros foram intimados para comparecer na Delegacia Seccional para o indiciamento anteontem, no entanto o advogado deles solicitou que fosse reagendado para a próxima semana, já que um dos profissionais estaria trabalhando em outro Estado. A expectativa dela é que eles compareçam até meados da semana que vem. Afirma que na sequência entregará ao Ministério Público para que na sequência os indiciados respondam como réus em ação criminal na Justiça.
Durante o inquérito os três engenheiros foram ouvidos como averiguados, segundo explicou a delegada. Lembrou de um vídeo que foi gravado antes da tragédia, e divulgado na internet logo após a queda. Ela observa que o autor da imagens levantava dúvidas sobre a estabilidade daquela obra. A delegada disse que questionou os engenheiros porque deixaram de estudar os riscos daquela parede ceder se a situação como ela estava antes da tragédia chamou a atendeu até mesmo de um leigo em engenharia que fez as imagens.
Na data em que os engenheiros se apresentarem à Delegacia Seccional, serão interrogados pela delegada Daniela de Góes, na condição de indiciados. Ela explica que também poderá indiciá-los mesmo que deixem de comparecer, caso interprete que estejam se esquivando, no entanto, declarou que eles vêm contribuindo com as investigações. O primeiro laudo da Polícia Científica, conforme divulgado pelo jornal Cruzeiro do Sul na edição do dia 10 de abril de 2013, apontou como motivos para a queda da parede a falta de escoramento, a vibração causada pelas máquinas que trabalhavam na construção do shopping, e a idade da estrutura, que completou cem anos meses após o acidente.
Notícia publicada na
edição de 05/06/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A - o conteúdo
da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
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