Leonardo Sakamoto
Relatório divulgado pela Organização
Internacional do Trabalho estima que o trabalho forçado na economia privada
gera lucros anuais ilegais de 150,2 bilhões de dólares. A entidade
havia estimado, em 2012, em cerca de 20,9 milhões o número de trabalhadores sob
essas condições em todo o mundo (22% por exploração sexual forçada, 68% por
outros tipos de exploração do trabalho e 10% por trabalho imposto pelo
Estado) e é com base nessa quantidade que a estimativa de lucro foi feita.
“Profits and Poverty: The Economics of
Forced Labour” Lucros e Pobreza: Aspectos Econômicos do Trabalho Forçado afirma
que dois terços desse total (ou seja, 99 bilhões) sejam oriundos da exploração
sexual comercial, enquanto 51,2 bilhões vêm da exploração com fins econômicos –
que inclui agropecuária, extrativismo, indústria, comércio, trabalho doméstico,
entre outras atividades.
As estimativas, feitas através de
extrapolações com base em dados regionais, não foram produzidas para cada país.
“O trabalho forçado é nocivo para as
empresas e para o desenvolvimento, mas sobretudo para suas vítimas. Este
relatório imprime um novo caráter de urgência aos nossos esforços para
erradicar o quanto antes esta prática altamente rentável, mas fundamentalmente
nefasta”, afirmou em nota divulgada à imprensa o diretor geral da entidade Guy
Ryder.
De acordo com dados divulgados pela OIT:
- Mais da metade das vítimas de trabalho
forçado são mulheres e meninas, principalmente na exploração sexual comercial e
trabalho doméstico;
- Homens e meninos são, sobretudo, vítimas de exploração econômica, na agricultura e mineração;
- 34 bilhões de dólares em lucros ficam com a construção civil, indústria, mineração e serviços;
- 9 bilhões de dólares ficam com a agricultura, incluindo silvicultura e pesca;
- 8 bilhões de dólares são economizados em residências privadas que ou não pagam ou pagam menos que o devido aos trabalhadores domésticos submetidos ao trabalho forçado.
- Homens e meninos são, sobretudo, vítimas de exploração econômica, na agricultura e mineração;
- 34 bilhões de dólares em lucros ficam com a construção civil, indústria, mineração e serviços;
- 9 bilhões de dólares ficam com a agricultura, incluindo silvicultura e pesca;
- 8 bilhões de dólares são economizados em residências privadas que ou não pagam ou pagam menos que o devido aos trabalhadores domésticos submetidos ao trabalho forçado.
Lucro
anual do trabalho forçado por região
Ásia-Pacífico: US$ 51,8 bilhões de
dólares
Economias Desenvolvidas e União Europeia: US$ 46,9 bilhões
Europa Central, Sudeste Europeu e Comunidade dos Estados Independentes: US$ 18 bilhões
África US$ 13,1 bilhões
América Latina e Caribe: US$ 12 bilhões
Oriente Médio: US$ 8,5 bilhões
Mundo: US$ 150,2 bilhões
Economias Desenvolvidas e União Europeia: US$ 46,9 bilhões
Europa Central, Sudeste Europeu e Comunidade dos Estados Independentes: US$ 18 bilhões
África US$ 13,1 bilhões
América Latina e Caribe: US$ 12 bilhões
Oriente Médio: US$ 8,5 bilhões
Mundo: US$ 150,2 bilhões
Lucro
anual por vítima de trabalho forçado por região
Economias Desenvolvidas e União
Europeia: US$ 34,8 mil
Oriente Médio: US$ 15 mil
Europa Central, Sudeste Europeu e Comunidade dos Estados Independentes: US$ 12,9 mil
América Latina e Caribe: US$ 7,5 mil
Ásia-Pacífico: US$ 5 mil
África US$ 3,9 mil
Oriente Médio: US$ 15 mil
Europa Central, Sudeste Europeu e Comunidade dos Estados Independentes: US$ 12,9 mil
América Latina e Caribe: US$ 7,5 mil
Ásia-Pacífico: US$ 5 mil
África US$ 3,9 mil
Crises de renda e pobreza estão entre os
principais fatores que levam ao trabalho forçado. Falta de educação formal,
analfabetismo, gênero e migrações são listados como fatores de risco e de
vulnerabilidade. Entre as medidas voltadas a combatê-los, o relatório aponta:
- Reforçar os pisos de proteção social a
fim de evitar que os lares pobres contraiam empréstimos abusivos no caso de uma
perda imprevista de renda;
- Investir na educação e na formação profissional para incrementar as oportunidades de emprego dos trabalhadores vulneráveis;
- Promover um enfoque da migração baseado nos direitos a fim de prevenir o trabalho clandestino e os abusos contra os trabalhadores migrantes;
- Apoiar a organização dos trabalhadores, inclusive nos setores e indústrias vulneráveis ao trabalho forçado.
- Investir na educação e na formação profissional para incrementar as oportunidades de emprego dos trabalhadores vulneráveis;
- Promover um enfoque da migração baseado nos direitos a fim de prevenir o trabalho clandestino e os abusos contra os trabalhadores migrantes;
- Apoiar a organização dos trabalhadores, inclusive nos setores e indústrias vulneráveis ao trabalho forçado.
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