Palestra sobre
espaços confinados
Augusto
Santos - Técnico de segurança do trabalho, especialista em detecção de gases e
diretor comercial da Ranger SMS (Recife) - conduziu o tema “Gestão dos riscos
nos trabalhos em espaços confinados na construção civil”.
A fala do palestrante
poderia ser resumida nos seguintes tópicos:
-
Relato inicial sobre a morte de 4 trabalhadores, no dia 12 de janeiro, em poço
artesiano na zona rural do município de Barra de São Miguel, no Cariri
paraibano. E também sobre a morte de 2 trabalhadores, no dia 27 de abril,
durante manutenção na rede de esgoto do Condomínio Le Parc Boa Viagem, zona sul
do Recife. Em ambos os acidentes as vítimas realizavam serviços no interior de
espaços confinados;
-
A NR-33 do Ministério do Trabalho apresenta os requisitos para a execução
segura e controlada do trabalho em espaços confinados, estabelecendo formas de
identificação, controle, monitoramento e prevenção dos riscos envolvidos nos
processos desta área.
-
Importância da NR-33: riscos “invisíveis” existentes, gravidade dos acidentes,
mortes “em série”, diversidade dos espaços confinados, poucos profissionais com
conhecimento sobre o assunto;
-
A nova norma da ABNT - NBR 16577:2017 - também apresenta uma classificação e
ações de prevenção de acidentes para os espaços confinados;
-
Conceito de espaço confinado: é qualquer área não projetada para ocupação
humana contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída ou uma
configuração interna que possa causar aprisionamento ou asfixia em um
trabalhador e na qual a ventilação é inexistente ou insuficiente para remover
contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam
existir ou se desenvolver ou conter um material com potencial para
engolfar/afogar um trabalhador que entrar no espaço;
-Espaço
confinado “não perturbado”: característica técnica do espaço confinado definida
no cadastro com os riscos inerentes ao local. As medidas de controle de riscos
são norteadas pela permissão de entrada e trabalho (PET);
-
Espaço confinado “perturbado”: característica da alteração ocasionada pela
atividade que será executada no interior do espaço confinado, sua dinâmica de
evolução de riscos associada aos riscos presentes no espaço confinado “não
perturbado”. Neste caso, as medidas de controle de riscos são baseadas na
análise preliminar de risco (APR);
Medidas técnicas de prevenção (item
33.3.2 da NR-33):
-
Antecipar e reconhecer os riscos inerentes aos espaços confinados;
-
Eliminar os espaços confinados, através de mudanças no projeto e nos
equipamentos;
-
Não adentrar nos espaços confinados, valendo-se da robótica e inspeção por
vídeo sempre que necessário.
Quanto à avaliação da atmosfera e
detecção de gases:
-
Proceder à avaliação e controle dos riscos químicos;
-Avaliar
a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para
verificar se o seu interior é seguro;
-
Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os
trabalhadores autorizados estiverem atuando, para verificar se as condições de
acesso e permanência são seguras.
Quanto aos cuidados com os equipamentos:
-
Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;
-
Utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de
alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou
interferências de radiofrequência;
-
Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de
movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços
confinados;
-
Em áreas classificadas, os equipamentos devem estar certificados ou possuir
documento contemplado pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade -
INMETRO;
-
Item 33.3.2.3: As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do
espaço confinado.
Dúvidas
e erros comuns na detecção de gases:
-
Os detectores de gases não são analisadores; riscos dos gases (tóxico,
inflamável e asfixiante simples); cuidados com o oxímetro; só o explosímetro,
funciona ou não?; área de atuação de um detector; tamanho da mangueira quando
medido por aspiração; limiar de odor; calibração; monitoração da pré-entrada e
retirada do equipamento; teste de pré-entrada com equipamento sem bomba; teste
de resposta: todo dia e toda hora?; onde calibrar e em quanto tempo; quais os
níveis de alarme ajustar?; curva de correlação é fatal?; uso do PID (photo
ionization detector); no resgate, é necessário o detector ?
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