Participaram
vereadores, representantes da Prefeitura, do Governo do Estado, do Conselho e
Regional de Engenharia e Agronomia engenheiros e técnicos de segurança do
trabalho
Em
alusão ao Dia do Engenheiro de Segurança do Trabalho, comemorado em 27 de novembro,
e à ascensão do engenheiro Benvenuto Gonçalves Júnior à presidência da
Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho (ANEST), a Câmara
Municipal de Natal realizou na manhã desta segunda-feira (4) uma solenidade
proposta pela vereadora Ana Paula (PSDC). Participaram vereadores,
representantes da Prefeitura do Natal, do Governo do Estado, do Conselho e
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RN), engenheiros e técnicos de
segurança do trabalho.
Na
ocasião, a parlamentar destacou a importância dos profissionais de segurança do
trabalho para todos os trabalhadores, independente da área de atuação, e
enfatizou a competência do novo presidente da ANEST, que recebeu diploma de
reconhecimento, outorgado pelo legislativo natalense. “Doutor Benvenuto tem uma
conduta exemplar pela dedicação e seriedade respeitada no segmento, com larga
experiência profissional e competência técnica. Como presidente, estarão sob
sua responsabilidade ações importantes para aprimoramento do trabalho e
integridade dos engenheiros de segurança do trabalho. Aproveitamos o ensejo
para homenagear e reconhecer o trabalho dos profissionais dessa área em defesa
do trabalho do povo brasileiro, parabenizando os engenheiros pelo transcurso do
seu dia”, declarou Ana Paula.
Benvenuto
é engenheiro Agrônomo e de Segurança do Trabalho e já esteve a frente da
Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho do estado (AEST/RN), já
atuou no CREA como inspetor, conselheiro e diretor regional Nordeste. A partir
do próximo mês assume o cargo de presidente da diretoria executiva da ANEST no
triênio 2018-2020. “Recebo com muita honra esta homenagem e este reconhecimento
da Câmara mostra que a engenharia da segurança do trabalho está ocupando seu
espaço e é importante estar participando das discussões em nível nacional.
Temos o desafio de unir a classe, visto que o país é grande, mas organizaremos
este debate junto às associações para elevar a engenharia de segurança do
trabalho a um novo patamar”, declarou Benvenuto Gonçalves.
Engenheira
Aparecida Estrela, Presidente da AEST-PB, entrevistada pela TV Câmara do Rio
Grande do Norte na posse da ANEST Associação Nacional de Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Registros fotográficos
DISCURSO DE POSSE DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - ANEST. PROFERIDO NO DIA
04/12/2017 NA CÂMARA DE VEREADORES DE NATAL-RN.
Agradeço a Deus, minha família, meus amigos, a AEST, a ANEST, ao
CREA, a Excelentíssima Senhora Vereadora Ana Paula, e em especial aos
profissionais da Engenharia de Segurança do Trabalho, pelo apoio e voto de
confiança. Devo destacar que no último dia 27 de novembro foi comemorado o dia
do Engenheiro de Segurança do Trabalho, em virtude da lei 7.410/1985 que dispõe sobre a regulamentação da nossa profissão.
Quero aproveitar esta oportunidade de dirigir a vocês minhas primeiras
palavras como Presidente da ANEST para fazer algumas considerações sobre os
desafios que teremos que enfrentar nos próximos anos. Tenho total confiança que,
com o apoio da atual diretoria e dos demais membros de nossa Associação, superaremos
com tranquilidade todas as dificuldades. Agradeço por estar aqui, tendo a
oportunidade de discursar para todos vocês. Sei que grandes desafios nos
aguardam. Espero contar com o apoio entusiasta de nossos associados. Mais uma
vez obrigado pela confiança em mim depositada!
Quando pensamos nesta profissão estamos nos referindo a Engenharia das
Engenharias. Nossa formação é polivalente, ou seja, temos solução para todos os desvios que
comprometem a saúde e a integridade física do trabalhador. Temos que reconhecer
os riscos das atividades, quantificar e adotar medidas de controle como forma
de neutralizar ou eliminar o risco. Posso afirmar ser a mais complexa de todas
as engenharias, pois o FOCO MAIOR É O SER HUMANO.
Sobre a
atual situação da Segurança do Trabalho no Brasil, temos que a nossa população economicamente ativa é de aproximadamente 120
milhões de trabalhadores onde cerca de 33 milhões estão trabalhando com
carteira assinada. Mas temos 12,7 milhões de trabalhadores ainda desempregados,
o que corresponde a 12,6% da população economicamente ativa.
A mais recente edição do Anuário Estatístico do Ministério da Previdência
e Assistência Social-MPAS, referente a 2015 (divulgada em dezembro de 2016),
nos informa que ocorreram 612.632 acidentes do
trabalho (inclusos: típicos, doenças ocupacionais e trajetos), 11.028 incapacidades
permanentes (mutilações) e 2.502 óbitos. Ou seja: 50 TRABALHADORES, A CADA DIA, NO BRASIL, NÃO RETORNAM MAIS
AO TRABALHO NO DIA SEGUINTE, pois estão mortos ou mutilados.
ISSO, DIARIAMENTE.
Em decorrência disto:
·
A família fica
desamparada e acaba entrando no submundo das drogas, crime e prostituição.
·
A PREVIDÊNCIA
SOCIAL GASTA CERCA DE 14 bilhões de reais, por ano, para cobrir as despesas com
o pagamento de benefícios e indenizações pertinentes. As empresas pagam à
Previdência cerca de 8 bilhões, referentes ao seguro acidente trabalho: SAT. Esse
valor não cobre as despesas do Governo Federal, causando um rombo na
Previdência. Esse cálculo é do Professor José Pastore, consultor, especialista,
pesquisador, economista da USP). Quem paga é a sociedade brasileira. ESSA É UM CHAGA NACIONAL.
·
As empresas gastam
cerca de 70 bilhões por ano, custo gerado pelos acidentes entre os
trabalhadores contratados com carteira assinada (cálculo da USP, acima
mencionada).
O QUE É MAIS ALARMANTE E PREOCUPANTE, É QUE OS
DADOS ACIMA SÃO PARCIAIS, pois ficaram de fora: os trabalhadores informais (cerca de 60 milhões);
os funcionários públicos (cerca de 12 milhões); os trabalhadores autônomos e os
profissionais liberais. Essas despesas (com acidentes e doenças do trabalho)
são contabilizadas no SUS e não na Previdência Social.
ESSA CONTA PODE PASSAR DOS 100 BILHÕES POR ANO,
SOMADOS, GOVERNO E EMPRESAS, SETOR FORMAL E INFORMAL, e corresponde a MAIS DE 4%
DO PIB BRASILEIRO.
Para enfrentar tal situação, é preciso implementar uma CULTURA DE
PREVENÇÃO envolvendo empregadores, trabalhadores e sociedade. Esse é um momento
de reflexão e tomada de decisão. Estamos vivenciando uma GUERRA INVISÍVEL. Quem
paga é a sociedade, por meio de impostos. Nessa guerra todos perdem.
ASSIM, PROPOMOS A CRIAÇÃO DE UM FORUM NACIONAL
PERMANENTE, COORDENADO PELO MINISTRO DO TRABALHO, COM REUNIÕES DE CARÁTER
TRIMESTRAL, REUNINDO A COMISSÃO TRIPARTITE EM SST- CTSST, CRIADA PELO DECRETO
7.602 / 2011 (PNSST), BEM COMO AS ENTIDADES DE CLASSE EM SST (ESPECIALISTAS
NESSA ÁREA, QUE FICARAM DE FORA DA COMISSÃO TRIPARTITE DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (CTSST).
Esse Fórum Nacional seria a única saída para esse PACTO NACIONAL, que
contemplaria a imensa sociedade brasileira que ficou de fora das principais
discussões nacionais pertinentes. Por isso mesmo o Projeto Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador - PNSST está empacado, não anda e a sociedade ficou fora do
processo.
A Nível Regional, precisamos criar as duas FRENTES PARLAMENTARES DE SST,
NA CÂMARA DOS VEREADORES E NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA ESTADUAL, SOBRE SEGURANÇA
E SAÚDE DOS TRABALHADORES.
A minha expectativa é muito otimista, apesar de saber que esta será uma
longa caminhada e de trilhas difíceis. Mas, graças a Deus estou aqui, ocupando
este cargo, com esta consciência. Seguirei na fé de que cumpriremos nosso
objetivo, pois tenho a certeza de que seguiremos de mãos dadas, já que nossos
objetivos são comuns.
Gostaria de terminar com estas palavras,
“Quando o empregador encarar Segurança e Saúde do trabalhador como parte
integrante do seu negócio, verdadeiramente teremos uma GRANDE mudança na
qualidade de vida dos trabalhadores”
Obrigado!!!!
Benvenuto
Gonçalves Júnior
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