quarta-feira, 1 de maio de 2019

Câmara de JP realiza sessão especial alusiva a transição Abril Verde e Maio Amarelo



Segurança no trabalho, adoecimento ocupacional e prevenção dos acidentes de trânsito estiveram em pauta no evento proposto por Humberto Pontes (Avante).

Por Redação Paraíba Já.

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta terça-feira (30), uma sessão especial alusiva ao encerramento do Abril Verde – mês dedicado à prevenção dos acidentes de trabalho e adoecimento ocupacional –, e à abertura do Maio Amarelo – que alerta para a prevenção de acidentes de trânsito. A solenidade foi proposta por Humberto Pontes (Avante), secretariada por Bruno Farias (PPS) e teve a presença de Marcos Henriques (PT).


“O Abril Verde começou na CMJP, com a Lei 12.814/2014. Isso orgulha a todos nós. Queremos que esse trabalho de conscientização se reflita não só na Capital, como em toda à Paraíba, para que possamos ter redução de acidentes em todos os dias do ano. Podem contar não só com o meu mandato, mas com os dos 27 parlamentares desta Casa”, salientou Humberto Pontes.

O deputado Eduardo Carneiro (PRTB) também participou da solenidade. Ele informou que o Brasil registrou quatro milhões de acidentes de trabalho entre 2012 e 2018. “Esse número acarreta muitos prejuízos, nas finanças, nas famílias, na saúde e em diversos outros campos. Devemos ter um olhar mais atento às temáticas que o Abril Verde e o Maio Amarelo nos sugerem. Precisamos debater e encontrar soluções para os problemas dos acidentes no ambiente do trabalho e no trânsito”, alertou o parlamentar.

Por sua vez, um dos idealizadores do Abril Verde na CMJP, Nivaldo Barbosa, destacou que já existem 23 municípios na Paraíba que tematizam a campanha de prevenção. “Muitos acidentes de trânsito, na realidade, são de trabalho e não são computados como tal, havendo subnotificações. Peço que sejamos mais ousados, pois servidores públicos também são trabalhadores e, muitas vezes, não há fiscalizações em ambientes públicos. Os servidores da área da Saúde são exemplo do que falo, pois são uma das categorias do setor público que mais sofrem com acidentes no trabalho”, indicou. Ele ainda informou que em breve será lançada a Ong Abril Verde, com trabalho em três focos: no acidentado, na família do acidentado e na prevenção de acidentes.

Acidentes de trânsito

Para a operadora do Observatório Nacional de Segurança Viária, Abimadabe Vieira, os acidentes e mortes no trânsito chegam a representar uma epidemia. Ela reforçou que o maior sentido no trânsito é a vida, e uma das mais importantes lições que se deve levar em consideração é ouvir o que se passa a sua volta. “Me ouça no trânsito, o sentido é a vida”, reforçou.

Durante a fala da secretária-adjunta de Saúde do Município, Ana Giovana, a gestora abordou os registros do ano passado no Ortotrauma, o Trauminha de Mangabeira, expondo que 30% eram de acidentes de trânsito.

“Em noventa por cento dos acidentes, percebemos que não é incidente, é descuido. O uso do celular é bastante favorável aos acidentes de trânsito”, destacou o Juiz do Trabalho Adriano Dantas. Com ele concordou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, acrescentando que “o acidente ocorre em qualquer local, com qualquer um, em qualquer circunstância. E os índices comprovam que os acidentes pegam tanto aqueles que mais dominam o ofício, quanto os que estão distraídos na labuta”.

Ao subir à tribuna, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal da Paraíba (PRF-PB), Carlos André, ressaltou que há três pilares básicos para que se reduzam os acidentes de trânsito. “Devemos cumprir as leis. Não adianta haver normas e elas não serem cumpridas. Tem que haver educação, desde cedo, de forma transdisciplinar, e não só na escola, mas também em casa. E também é preciso que haja fiscalização de trânsito, junto à punição. Talvez assim, possamos ter um trânsito com menos custo e menos mortes”, contextualizou.

A sugestão do Superintendente do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), Agamenon Vieira, foi de haver uma disciplina obrigatória no Ensino Fundamental e nas universidades de Educação para o Trânsito. “Como é que nós vamos chamar a atenção? Você estuda e se gradua como mestre para se acidentar no trânsito falando ao celular? Sobe em uma moto, mas coloca o capacete no cotovelo? Perdemos muitos irmãos com as mortes nas Torres Gêmeas, mas perdemos muitos mais anualmente no Brasil com acidentes no trânsito e no trabalho. Fala-se em mais de 50 mil mortes ao ano”, problematizou.

Entre as novidades que o superintendente adjunto da Semob, Wallace Massini, expôs, há a intenção de instalar na Capital a primeira escola voltada para a educação para o trânsito da Paraíba, proposta já voltada para este exercício financeiro. Ele ainda falou de outro projeto, o Agente Mirim, a partir do qual as crianças monitoram as ações de seus pais no trânsito, produzindo relatórios de infrações.



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