sexta-feira, 15 de maio de 2020

O valor da CIPA em tempos de pandemia

Por Andreusmark Silveira Lima
Engenheiro de segurança do trabalho e ambiental

O valor da CIPA em tempos de Covid-19.

Há muito tempo que a Previdência Social está sobrecarregada de trabalhadores solicitando benefícios devido a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e aposentadorias por invalidez, tudo isso por consequência da ausência ou omissão da gestão de segurança do trabalho no ambiente laboral.


E com a discussão sobre o reconhecimento da covid-19 como doença ocupacional, as medidas de controle nesses ambientes devem ser redobradas.

A CIPA dentro de uma empresa tem um papel muito importante na prevenção desses infortúnios, contribuindo efetivamente para o controle e administração dos riscos e na redução e/ou até eliminação dos acidentes.

É ideal que os locais com maior ocorrência de riscos, estejam com representantes na CIPA. Com isso, é esperado que todos os membros dessa Comissão se conscientizem da necessidade de identificar os riscos ocupacionais existentes nos postos de trabalho e sugerir, de imediato, a adoção de medidas preventivas de controle. Só participar das reuniões não findam seus deveres enquanto cipeiros.

É de extrema valia, a contribuição diária nos trabalhos de verificação, orientação e fiscalização.

Em tempos de pandemia, o cipeiro se tornou uma espécie de “voluntário a serviço da cidadania”, na qual sua dedicação e engajamento transcendem normas e decretos.

Entretanto, mesmo com tantos casos concretos e oficialmente divulgados, a maioria dos trabalhadores, enquanto não forem obrigados, provavelmente não despertarão para a defesa do bem comum.

Com a Covid-19 batendo às nossas portas, devemos repensar o papel do cipeiro e a importância da CIPA no dia-a-dia de uma organização, discutindo profundamente o que está ao alcance da CIPA e o que pode ser feito para melhorar as condições de trabalho.

Portanto, tirar lições positivas desse momento presente, atuando com as lições aprendidas com o passado e continuar lutando para mudar essa realidade, garantindo a prevenção de acidentes ou doenças que possam deixar sequelas ou tire a vida de um companheiro de trabalho, é absolutamente necessário.

Atualmente, com alguns decretos pós-pandemia, as CIPA's ficaram sem reunir-se em sala (nada mais sensato para evitar aglomerações em locais fechados). Contudo, é importante entender e saber que não dá para mudar o homem sem pensar em uma nova estrutura organizacional permitindo uma nova cultura em termos de segurança e saúde no ambiente de trabalho. A CIPA deve reinventar-se. Evoluir. Acompanhar as mudanças dos hábitos das empresas e dos trabalhadores.

É tempo de atuar estrategicamente no meio operacional, utilizando das tecnologias disponíveis que possibilitam uma vigilância bem sucedida na prevenção de acidentes e melhoram as condições no meio ambiente de trabalho.

Por outro lado, para a CIPA funcionar efetivamente, a empresa deve ter uma filosofia voltada para a saúde e segurança ocupacional, independente de porte ou segmento econômico. Todos os trabalhadores devem participar em defesa dessa causa. Questão de consciência.

Solicitar ajuda, sugerir melhorias, indicar soluções práticas, acompanhar ou direcionar os trabalhadores que apresentem sintomas da covid-19 até a sala de primeiros socorros ou ambulatórios, fiscalizar o atendimento das ações de controle como: distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos, verificar o suprimento de álcool gel ou spray nos pontos de controle se tornaram rotina dos cipeiros.     

E como suporte técnico especializado, os SESMT detêm profissionais habilitados e voltados para o conforto e salubridade dos ambientes, preocupados e direcionados para o desenvolvimento dos membros da CIPA, com suas atribuições e responsabilidades.

Vamos repensar o papel da CIPA?

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