Anunciado
por Lula (PT) como futuro ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT) fez uma
reunião informal com representantes de nove centrais sindicais nesta
terça-feira (27) para apresentar sua visão preliminar para a pasta.
Foi
o primeiro encontro de Marinho com as centrais desde que foi oficializado como
futuro ocupante da função.
Segundo
relato dos presentes, Marinho se comprometeu em fortalecer o ministério, que
chegou a ser extinto por Jair Bolsonaro (PL), e pediu a colaboração das
centrais sindicais para recriar pontes com os diversos setores em todas as
regiões do país.
Elas
apresentaram ao futuro ministro o pleito de revisão da flexibilização de normas
regulamentadoras (NRs) de segurança e saúde no trabalho promovida pelo atual
governo. Marinho se comprometeu a colocar equipes técnicas para estudar o tema
e, caso recomendado, fazer modificações para recuperar as normas ao estado
original ou a um formato próximo disso.
As
NRs estabelecem exigências para empresas que tenham funcionários em regime CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho). Uma das normas revogadas pelo governo
Bolsonaro, a NR 2, por exemplo, exigia a visita de um auditor fiscal de
trabalho para abertura de uma empresa. A fiscalização passou a ser feita por
amostragem.
Outro
ponto liberou micro e pequenas empresas da obrigação de elaborar programas de
prevenção de riscos ambientais e de controle médico e saúde ocupacional. O
objetivo foi o de dispensar dessas obrigações estabelecimentos que, em tese,
não ofereceriam risco, como lojas de roupas, salões de beleza e padarias.
Ao
flexibilizar as normas, Bolsonaro disse que elas estavam ultrapassadas,
engessavam os empresários e geravam custos desnecessários.
No
encontro, Marinho também disse que não se candidatará a prefeito de São
Bernardo do Campo em 2024, cargo que já ocupou, e que pretende ficar no cargo
de ministro durante quatro anos.
“Depois
de 4 anos sem diálogo institucional com o governo federal, é um alívio a
reconstrução dos espaços de diálogo com o governo e com o Ministério do Trabalho”,
diz Antonio Neto, presidente da CSB, que participou da reunião.
“As
centrais têm posições diferentes em alguns pontos, mas todas compreendem que
dois pontos são inegociáveis: o fortalecimento dos sindicatos e da negociação
coletiva. Com a legislação atual não há negociação coletiva, de fato, no
Brasil”, completa.
Por
Guilherme Seto/Folhapress
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