Após
dois incêndios em seis meses, Hospital de Trauma de João Pessoa é alvo de nova
vistoria; MPF e MPPB apontam falhas graves na rede de hidrantes.
Por
Simone Duarte
O
Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, voltou
a ser alvo de fiscalização rigorosa por parte do Ministério Público Federal
(MPF) e do Ministério Público da Paraíba (MPPB), após a ocorrência de dois
incêndios no intervalo de apenas seis meses. A nova inspeção, realizada nesta
segunda-feira (16), revelou um dado alarmante: a rede de hidrantes da unidade
hospitalar não está em funcionamento.
A
vistoria foi conduzida pela procuradora regional dos Direitos do Cidadão na
Paraíba, Janaina Andrade, e pelo promotor de Justiça Leonardo Pereira de Assis.
A ação contou com a participação de profissionais do Corpo de Bombeiros e
representantes dos conselhos regionais de Medicina (CRM), Engenharia e
Agronomia (Crea).
De
acordo com o setor de engenharia do MPF, a falha na rede de hidrantes
compromete diretamente a resposta a emergências. “Ainda que exista uma atenção
do Corpo de Bombeiros para ações corretivas, a falta de água nos hidrantes pode
prejudicar até mesmo uma ação imediata da brigada de incêndio. São necessárias
medidas urgentes para corrigir a situação”, alertou a procuradora Janaina
Andrade, classificando a situação como crítica.
O
promotor Leonardo de Assis lembrou que a vistoria integra um procedimento já em
curso no MPPB, que acompanha a execução de políticas públicas voltadas à
prevenção e segurança contra incêndios e controle de pânico em unidades
públicas de saúde da capital paraibana.
Segundo
ele, os episódios anteriores reforçam a urgência da intervenção. Em maio deste
ano, um princípio de incêndio no hospital exigiu a evacuação emergencial de
pacientes para a área externa da unidade. Já em dezembro de 2024, um outro
incêndio mais grave forçou a transferência de diversos pacientes para outros
hospitais da rede.
A
vistoria foi uma deliberação da audiência realizada no último dia 27 de maio
com a direção do hospital, o Corpo de Bombeiros, Crea, e representantes dos
conselhos de Enfermagem (Coren) e Farmácia (CRF). O objetivo foi discutir as
falhas no sistema de segurança e debater medidas emergenciais para garantir a
proteção de pacientes e profissionais.
O
relatório técnico com as conclusões da inspeção será encaminhado à Promotoria
de Justiça para providências. O hospital, referência estadual em atendimento de
urgência e traumatologia, agora se vê diante da necessidade urgente de sanar
falhas estruturais que colocam em risco a vida de centenas de pessoas.
Informações
da Assessoria de Comunicação do MPPB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário