Foto: Cristiane Reimberg
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Mudanças
de humor, os transtornos neuróticos e o uso de substâncias psicoativas, como o
álcool e drogas, são, hoje, os principais transtornos mentais que causam
incapacidade para o trabalho no Brasil. As informações são do professor do
Setor de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Duílio Antero de Camargo. Ele foi um dos palestrantes do Painel 3 do II
Seminário Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, realizado pelo
Tribunal Superior do Trabalho. Presidiu a mesa a ministra do TST, Maria de
Assis Calsing.
O
palestrante explicou que os trabalhadores acometidos de transtornos do humor
sofrem especialmente de problemas depressivos. Já os transtornos neuróticos, se
referem a síndromes como a do pânico e ao estresse pós-traumático. Este último
caso, segundo o professor, ocorre principalmente quando um trabalhador foi
submetido, no ambiente de trabalho, a violência ou risco de morte. "Nessas
situações, vem recorrentemente à cabeça do empregado a cena do ato de violência
sofrido. Se essa situação não for bem tratada pela empresa, com a oferta de
acompanhamento psicológico, o caso pode se agravar", explicou.
Outro
ponto relevante apresentado na palestra foi o uso cada vez mais frequente de
substâncias psicoativas por trabalhadores, a exemplo do álcool e de drogas como
a cocaína. "O panorama tem mudado nos últimos anos. Infelizmente, o que temos
visto crescer nessa estatística é a associação do álcool com a cocaína",
afirmou Duílio de Camargo.
Durante
toda a palestra, o professor defendeu a adoção de políticas efetivas em prol da
saúde mental no ambiente laboral, sustentando que tais ações não sejam apenas
pontuais, mas implementadas num caráter mais global, de forma articulada com a
sociedade.
No
ambiente de trabalho, segundo ele, tais políticas devem começar por uma
avaliação criteriosa dos setores que necessitam de intervenção, identificando
os principais problemas e coletando indicadores dos fatores de grupos de risco.
"A partir deste ponto, é importante que seja feito um bom diagnóstico, com
entrevistas individuais e testes psicológicos junto aos empregados, além de
campanhas educativas e informativas", finalizou o palestrante.
Fonte: (Fernanda
Loureiro/AR)
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