Manoel Dias esteve reunido com
representantes da CUT e demais centrais nesta quarta (9)
Escrito por: William Pedreira
O ministro do Trabalho e Emprego,
Manoel Dias, afirmou em reunião nesta quarta (9) com representantes da CUT e
demais centrais, que não existe qualquer compromisso de sua parte visando à
suspensão da Norma Regulamentadora 12 (define procedimentos para a prevenção de
acidentes no trabalho em máquinas e equipamentos industriais).
Pela CUT, participaram da reunião a
vice-presidenta, Carmen Foro; o secretário-adjunto de Saúde do Trabalhador,
Eduardo Guterra; o secretário-adjunto de Organização Sindical, Valeir Ertle,
além dos representantes da Central na Comissão Nacional Tripartite Temática
(CNTT) da NR 12, Mauro Soares (CNM) e Adilma Oliveira (CNQ).
Tal declaração coloca em cheque as
recentes notícias divulgadas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) cujo
teor indicavam que o ministro Manoel Dias seria favorável a suspensão da NR 12.
As informações foram dadas logo após
encontro em que a entidade patronal teve com o ministro na semana passada no
mesmo momento em que acontecia uma reunião da CNTT da NR 12, responsável pelo
acompanhamento dos procedimentos da norma e que possui, inclusive, papel
deliberativo.
“Houve uma reação muito forte por parte
dos representantes dos trabalhadores na Comissão pela suspensão da reunião e da
próxima marcada para o dia 17 tendo em vista a atitude absolutamente incoerente
da entidade patronal, o que levou o ministro a chamar os trabalhadores para
conversar”, disse Plinio Pavão, assessor da Secretaria de Saúde do Trabalhador
da CUT. Ele informou também que Manoel Dias fez questão de enfatizar a
importância do trabalho realizado pela CNTT da NR 12, bem como de todo o
processo de negociação tripartite.
Todas as discussões sobre alterações ou
criação de novas Normas Regulamentadoras são feitas na Comissão Tripartite
Paritária Permanente (CTPP) do Ministério do Trabalho e o acompanhamento da
operacionalização é feito pelas CNTTs. Plinio recorda que há um cronograma
criterioso para a implantação da NR 12, inclusive com prazos flexíveis para que
os empresários pudessem se adaptar as normas.
Dentro da CTPP foi deliberada uma nova
redação com o objetivo de aprimorar as condições de fiscalização das máquinas,
tanto nacionais quanto importadas, que não possuem dispositivos de segurança e
são responsáveis por um grande número de acidentes. “As empresas tinham prazos
para substituir ou adaptar as antigas máquinas dentro dos padrões determinados
pelas alterações. Os empresários não fizeram nada e com o início da
fiscalização iniciaram uma forte campanha midiática contra a NR 12”, rechaçou.
Números contabilizados pelo CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho) entre 2011 e 2013 indicam mais de 172 mil
acidentes com máquinas em geral. Do total, foram registrados 358 óbitos, mais
de 10 mil amputações e 26 mil fraturas.
Não satisfeitos em fazer lobby no
âmbito do Executivo, os empresários também estão patrocinando um
decreto-legislativo para suspender a eficácia da NR 12. “O próprio ministro
alertou para este projeto. Já estamos fazendo um acompanhamento, em contato com
o deputado federal Vicentinho, para barrar esta proposta”, disse.
* A Norma
Regulamentadora nº 12 foi aprovada em 2010 e estabelece “referências
técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e
a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de
utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos.”
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