quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Manoel Dias pede mais rapidez no julgamento da chacina de Unaí



Ministro participa de manifestação, na Praça do Três Poderes, com auditores fiscais do trabalho.

Ministro se reuniu com ministra Carmem Lúcia, presidente em exercício do STF, e participou de manifestação de auditores fiscais.

Brasília, 28/01/2015 - O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, se reuniu nesta manhã (28) com a ministra presidente do Supremo Tribunal Federal, em exercício, Carmem Lúcia, para pedir celeridade no julgamento dos acusados de serem os mandantes da Chacina de Unaí (MG). Ele estava acompanhado das viúvas dos auditores-fiscais do trabalho e do motorista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mortos durante uma operação de fiscalização na divisa de Minas Gerais com o Distrito Federal. 

O crime completa onze anos no dia de hoje, que passou a ser reconhecido como Dia do Auditor-fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A defesa dos acusados insiste em transferir o julgamento para Unaí, adiando a conclusão do processo. Logo depois da audiência, Manoel Dias se uniu aos auditores-fiscais, que junto com o sindicato da categoria e representantes de centrais sindicais, promoveram um protesto na Praça dos Três Poderes. Onze mil balões negros foram soltos para lembrar a chacina e repudiar a impunidade.

“Enquanto o julgamento não for concluído, paira uma ameaça sob as cabeças de todos os auditores do MTE. Aqueles que praticam crimes, que se aproveitam da mão de obra análoga à da escravidão, vão se achar no direito de continuar afrontando a lei”, explicou o ministro. Dias também comentou a audiência com a ministra Carmem Lúcia, que prometeu empenho no sentido “de dar fim à dor das famílias”. “Essa postergação e a ameaça de transferência para Unaí são inaceitáveis”, acrescentou Manoel Dias.

A ministra Carmem Lúcia prometeu se empenhar no caso não apenas como juíza, mas também  como cidadã. Disse que a demora no caso é inaceitável e que luta todos os dias contra a protelação de inúmeros processos. “Quando o julgamento ocorre anos depois, aplica-se a lei, mas a ideia de justiça não é suficiente para acalmar a dor nem restaurar as feridas que ficam numa família”, argumentou ao ouvir os relatos das viúvas, que se manifestaram cansadas de esperar por justiça.

Balanço da fiscalização - Ao participar da manifestação dos auditores-fiscais do trabalho, o ministro Manoel Dias disse que o governo não pretende se intimidar com a ação dos que promovem o trabalho análogo ao da escravidão e vai continuar atuando, cada vez mais, para coibir essa prática. “Se os números parecem estar crescendo, é porque estamos sendo mais eficientes no combate a esta prática. Sem que o combate ocorresse não teríamos esses números para oferecer”, comentou.

Ao mesmo tempo em que ocorria a manifestação, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou um balanço das fiscalizações realizadas em 2014. Foram 248 ações fiscais, com um resgate total de 1.590 trabalhadores da situação análoga a de escravo, em todo país.


Assessoria de Imprensa/MTE
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