domingo, 9 de setembro de 2018

Trabalho do Sintricomb será usado como modelo em outras quatro cidades


A semana foi de busca de conhecimentos para um grupo de sindicalistas de Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, que esteve em Brusque para ver de perto como funciona um projeto a área de segurança do trabalho. Eles conheceram o modelo implantado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb) de combate à informalidade e orientação sobre segurança nos ambientes de atividade profissional.

Ao longo de três dias, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Construção de Canoinhas, José Santarém, e a técnica em segurança do trabalho da entidade, Dirce Gutervill, acompanharam as equipes de vistorias do Sintricomb. Eles se deslocaram a diversos locais com obras em construção. O objetivo é aplicar o mesmo modelo na base de atuação do Siticom de Canoinhas, que representa cerca de 10 mil trabalhadores em quatro cidades: Canoinhas, Três Barras, Itaiópolis e Major Vieira.

“Vamos trabalhar em cima do programa aqui do siticom de Brusque. Nos chamou a atenção a estrutura deste sindicato”, comenta Santarém.

Segundo ele, o sucesso do projeto da entidade brusquense, que inclui visitas às obras e empresas, orientações sobre uso de equipamentos de proteção individual e cuidados com a saúde no trabalho e a forma para combater o elevado índice de informalidade, tem sido notado nos últimos anos em nível estadual.

Resistência do trabalhador é outro desafio.

Com o modelo brusquense, o sindicato de Canoinhas espera mudar a atual realidade que vive o setor naquelas regiões. A técnica em segurança do trabalho Dirce Gutervill afirma que os problemas são muitos: não há respeito às normas regulamentadoras que regem o setor em relação à segurança, aposentados voltam a trabalhar sem as mínimas condições, elevado índice de contratações sem registro, com precárias condições de ambiente, entre outros.

“Produtos de má qualidade, como serra-fita, cortante, instalações inadequadas, sem tapume em obras. Pode acontecer de uma criança subir em um alojamento de vários andares e cair. Muita desorganização”, afirma ela.

Além dessas situações, o Siticom de Canoinhas terá outro desafio, o próprio trabalhador. A resistência no uso dos equipamentos de proteção será outra batalha a ser enfrentada, acredita Dirce.

“Queremos adequar o projeto de Brusque para que possamos melhorar tanto para o trabalhador quanto o proprietário das construtoras, para que não haja mais acidentes. Que saiam sãos e voltem sãos para casa todos os dias”.

O presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, se diz orgulhosos de ver que o modelo implantado em Brusque está sendo visto e copiado por outras cidades do estado.

“Já implantamos há vários anos esse trabalho em saúde e segurança do trabalhador aqui. Fico contente que um companheiro venha até nós buscar para implantar na sua base. Sabemos que isso é um trabalho de formiguinha para se estruturar”.

O Sintricomb implantou o programa de saúde e segurança no trabalho há cinco anos. Desde 2013, equipes do sindicato formadas por diretores e técnicos em segurança vão às ruas diariamente levar informações sobre segurança nos locais de trabalho, levantar dados sobre informalidade, total de obras em andamento e orientar sobre uso correto de equipamentos de proteção.

A ação, da qual faz parte o programa Café na Obra, tem conseguido reduzir drasticamente os índices de acidentes no setor de construção civil, considerado um dos mais perigosos.

O Siticom de Canoinhas é a segunda entidade a buscar informações para implantar o modelo do sindicato brusquense. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Joaçaba também se espelhou no Café na Obra do Sintricomb e criou naquela região o Café Consciente.


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