Algo surpreendente aconteceu: O ex-governador da Paraíba foi enterrado dentro de uma casa.
Por Laercio Silva
Jornalista
O
político foi enterrado no quarto da casa onde nasceu, como era seu desejo. A
casa fica a 400 km de João Pessoa, no alto Sertão da Paraíba, na cidade de
Catolé do Rocha. Essa cidade também é o berço de uma das famílias mais
tradicionais da política paraibana, a família Maia. Foi em uma das propriedades
dos Maias que algo inusitado aconteceu: o ex-governador da Paraíba foi
enterrado dentro de uma casa.
Antes
de tudo, vamos conhecer um pouco mais sobre a história da família que teve
início com o casamento simbólico e político entre os Maias de Catolé do Rocha e
os Mariz da cidade de Sousa PB.
“Meu
bisavô João Agripino era um negociante fazendeiro e, durante uma de suas
viagens pela cidade de Sousa, conheceu Angelina, uma bonita jovem. Ao chegar na
fazenda Santa Idalina, ele contou ao filho sobre a moça que havia conhecido e
expressou o desejo de que ele a conhecesse e se casasse com ela”. Assim, os
dois foram a cavalo até Sousa e o filho acabou se casando com Angelina Mariz.
Ela se tornou a única mulher do país a ser mãe de dois governadores de estados
diferentes: Tarcísio Maia, que governou o Rio Grande do Norte na década de 1970
e João Agripino personagem central dessa história que governou a Paraíba entre
os anos de 1966, o governador construiu o hotel Tambaú na capital, levou
energia elétrica para cidades da Paraíba que ainda não tinham, e criou a
rodovia anel do Brejo, que interliga 8 cidades da região. No entanto, seu maior
feito foi estender por todo o estado a principal rodovia da Paraíba, hoje
conhecida como BR 230.
Ele
nunca esqueceu suas raízes no sertão Paraibano, onde nasceu na fazenda
Cachoeira, entre os municípios de Brejo do Cruz e Catolé do Rocha. A fazenda
tem quase 200 anos de história e ainda está de pé, com parte da estrutura
original preservada, com as paredes, piso e telhado. Foi nessa casa que tudo
começou para o ex-governador João Agripino, que faleceu em 1988.
Atualmente,
três idosos vivem no local, todos parentes dos trabalhadores da fazenda
Cachoeira. Uma dessas moradoras até dorme no quarto ao lado do túmulo de João.
Quando perguntada se tem medo, a idosa responde de forma surpreendente:
"Mesmo após a morte, eu ainda quero cuidar dele. Ele era uma pessoa boa,
um pai para todos. Todos dizem que ele não está mais aqui, mas eu acredito que
ele está. Meu sonho é ver ele antes de morrer."
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