A
juíza do trabalho e cogestora regional do Programa Trabalho Seguro do Tribunal
Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), Rafaela Queiroz de Sá e
Benevides, promoveu uma roda de conversa com profissionais da área da saúde do
Hospital e Maternidade Municipal Padre Alfredo Barbosa, em Cabedelo. O tema da
palestra, promovida na manhã desta terça-feira (15), foi assédio moral no
ambiente de trabalho.
Para
a magistrada, a conversa é essencial para que os trabalhadores possam
identificar sinais deste tipo de atitude, que provoca adoecimento mental e
outros distúrbios de saúde, que afetam diretamente o trabalhador e a
trabalhadora. “O enfrentamento ao assédio, entendendo que é uma prática
reiterada, repetida diversas vezes no ambiente laboral, é essencial para a
prevenção de doenças ocupacionais, que podem configurar um acidente de
trabalho. Um ambiente saudável e seguro para o trabalhador diz respeito não
apenas às condições físicas, mas também psicossociais daquela pessoa”,
ressaltou a juíza, que também coordena o Grupo de Trabalho Interinstitucional
do TRT da Paraíba (Getrin13).
O
SESMT de Cabedelo, agora instalado no hospital municipal, tem como objetivo
fazer uma ação contínua, com uma equipe multidisciplinar de profissionais.
“Iniciamos nosso projeto com os colaboradores do Hospital com a linha de
cuidado de saúde mental, onde a gente vai ter todo um estudo, toda uma
avaliação da área, teremos o suporte de médicos psiquiátricos e psicólogos para
que a gente possa ir cuidando de quem cuida”, enfatizou a médica trabalho,
Amanda Gouveia.
O
diretor-geral do Hospital e Maternidade Municipal Padre Alfredo Barbosa, Rafael
Henrique, acredita que a discussão é de extrema relevância. “Como gestão, a
gente tenta ao máximo tirar essa cultura de assédio moral. Queremos promover uma
gestão mais empática, que o trabalhador venha para um ambiente saudável para
produzir, porque a gente sabe que, se um trabalhador trabalha feliz, a produção
dele também será maior, ainda mais em um ambiente hospitalar, onde diariamente
a gente tá lidando com vidas”, pontuou.
“A
gente tem notado que o desgaste dos profissionais de saúde vem em uma
crescente, desde a época de pandemia até o presente momento, e é de extrema
importância que a gente converse a respeito disso, porque muitas vezes a rotina
incessante do trabalhador da saúde faz com que não exista uma oportunidade para
que haja a exposição desses casos de assédio”, afirmou o gerente médico do
hospital, Felipe Montenegro.
“O
trabalhador todos os dias tem uma sobrecarga, não só do local de trabalho, mas
uma sobrecarga multifatorial, que envolve a vida pessoal. Uma trabalhadora, por
exemplo, além da profissão, às vezes tem obrigações em casa, ser mãe, esposa,
cuidadora. Isso não é fácil. É preciso sensibilizar e mostrar que precisamos
pensar na saúde do cuidador. Não adianta apenas o cuidador promover saúde, a
gente tem também que promover a saúde deles”, pontuou o secretário de saúde do
município de Cabedelo, Alexandre César.
Por André
Luiz Maia
Assessoria
de Comunicação Social do TRT-PB
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