segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Auditores Fiscais do Trabalho entregam cargos e ameaçam entrar em greve

 


Por Paula Barcellos/Jornalista da Revista Proteção

Auditores Fiscais do Trabalho estão mobilizando a entrega de cargos de chefia de fiscalização e de coordenações de projetos de fiscalização em todo o país. O motivo é o não cumprimento de um acordo firmado em 24 de maio de 2016 pelo então Governo Federal que previa uma valoração maior do Bônus de Eficiência para o auditor fiscal de acordo com a realização das metas. “A gente recebe um bônus fixo e a perspectiva era que isso fosse aumentado anualmente conforme vão aumentando as nossas metas de governo. Esse bônus com uma valoração maior ia ser regulamentado, conforme a Lei 13.464/2017, mas desde 2016 nada aconteceu”, explica um auditor fiscal da área que participa das discussões.

Em função disso, o Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho) emitiu, em 12 de janeiro, um documento em que orienta que os profissionais façam a entrega dos cargos “como ato de indignação e protesto em razão da falta de cumprimento do acordo firmado com o governo”, mas também em função do “tratamento discriminatório dado à categoria”, uma vez que na mesma lei consta a categoria de auditor da Receita Federal do Brasil e que já foi atendida com o Decreto 11.545, de 06 de junho de 2023, estabelecendo o índice de eficiência institucional da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.

ESTADOS

No documento, o sindicato diz que a entrega de cargos “é um ato político orientado pela representação sindical da categoria e se reveste de um significado de profundo descontentamento com a falta de reconhecimento e valorização da carreira que exerce papel fundamental na construção da cidadania e dignidade dos trabalhadores do Brasil”. E complementa: “A entrega de cargos de chefia e coordenações se dá num ambiente de absoluta insatisfação coletiva, que deixa claro que nenhum outro colega aceitará substituir aqueles que se afastam com essa motivação”.

Segundo o auditor fiscal envolvido nos debates, vários estados já fizeram a entrega de cargos como Paraíba, Pernambuco, Tocantins, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro, Amazonas e Mato Grosso, sendo que outros estados estão se mobilizando para aderir ao movimento. “O impacto disso é que vai também dificultar as ações fiscais como de Saúde e Segurança do Trabalho, trabalho escravo, aprendizagem, trabalho infantil, análise de acidentes e doenças do trabalho, dentre outras atividades de fiscalização por todo o Brasil”, diz. Ele alerta que caso o governo não se mobilize para atender as negociações pode haver uma greve da categoria em breve.

MODELO

O Sinait reforça que a entrega de cargos de chefia e coordenação deve ser feita mediante modelo estabelecido pelo sindicato, enviado às Delegacias Sindicais, que deverá ser protocolado no SEI (Sistema Eletrônico de Informações do Governo Federal). O modelo de documento pode ser acessado na área restrita do site do Sinait, em Informes Gerais.

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