O
trânsito tem demonstrado ser uma das maiores fontes de ruído e agressividade na
sociedade moderna. Os moto-táxistas ao executar suas atividades ficam expostos
a agentes agressores como ruído e vibração além de constantes perigos do
trânsito (quedas e acidentes), que lhes causam prejuízo físico e mental.
Portanto, é de grande preocupação a melhoria das condições de trabalho destes
profissionais, se não controlando a fonte de ruído, mas, oferecendo
alternativas que assegurarão uma boa qualidade de trabalho. Objetivo: Avaliar a
exposição ao ruído e proteção auditiva em moto-táxistas atuantes na cidade de
Balneário Camboriú. Como objetivos específicos buscou-se avaliar o posto de
trabalho quanto ao ruído e outras condições de salubridade; averiguar a acuidade
auditiva dos moto-táxistas; pesquisar o grau de percepção do profissional
quanto ao ruído; apurar a atenuação sonora dos capacetes com medições no
laboratório e em campo; propor um Programa de Prevenção Auditiva para esta
classe de trabalhadores; averiguar a possibilidade do uso do capacete combinado
com plugue pelos moto-táxistas. Métodos: O presente trabalho foi realizado em
duas etapas: primeiramente em laboratório que consistiu em avaliar a atenuação
de ruído de três modelos de capacetes através da norma ANSI 12.6/97A e, a
segunda, em campo que teve como procedimento aplicar uma entrevista com roteiro
semi-dirigido a 17 moto-táxista da cidade de Balneário Camboriú, quantificar a
atenuação sonora dos três modelos de capacetes, analisar a dose de ruído, além
de levantar o perfil audiométrico dos profissionais e a exposição dos mesmos.
Resultados: Os moto-táxistas estão expostos a um nível de pressão sonora
superiores a 82,1 dBA e a doses de ruído acima do permitido para seu tempo de
trabalho diário, ou seja, 12 h/diárias. Comparando a dose de ruído de todos os
moto-táxistas durante as 12 horas de trabalho diário e levando-se em
consideração o capacete, possibilitando a verificação de que as doses de ruído
ultrapassam 100% diariamente para todos os trabalhadores e nos três modelos de
capacetes estudados. Dos moto-táxistas estudados, 8 apresentaram limiares
auditivos dentro dos padrões de normalidade e 9 apresentaram alteração dos
limiares tonais. Os baixos níveis de atenuação sonora dos capacetes, tanto no laboratório
quanto em campo, enfocou a não efetividade dos mesmos como protetores
auriculares. Ficou evidente o desconhecimento dos moto-táxistas sobre os
efeitos do ruído no seu ambiente de trabalho, mas os motociclistas apresentaram
queixas extra-auditivas e auditivas que poderiam ser relacionadas ao ruído
intenso. Conclusão: na indisponibilidade de mudar o NPS no ambiente de trabalho
medidas de minimização dos efeitos do ruído devem ser adotadas, entre elas a
proposição de um Programa de Proteção Auditiva e alternativas de equipamentos
de proteção individual, visando à melhoria da qualidade de vida dos
profissionais.
Capacetes
através da norma ANSI 12.6/97A
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