quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

A perda auditiva induzida por ruído moto-taxistas

O trânsito tem demonstrado ser uma das maiores fontes de ruído e agressividade na sociedade moderna. Os moto-táxistas ao executar suas atividades ficam expostos a agentes agressores como ruído e vibração além de constantes perigos do trânsito (quedas e acidentes), que lhes causam prejuízo físico e mental. Portanto, é de grande preocupação a melhoria das condições de trabalho destes profissionais, se não controlando a fonte de ruído, mas, oferecendo alternativas que assegurarão uma boa qualidade de trabalho. Objetivo: Avaliar a exposição ao ruído e proteção auditiva em moto-táxistas atuantes na cidade de Balneário Camboriú. Como objetivos específicos buscou-se avaliar o posto de trabalho quanto ao ruído e outras condições de salubridade; averiguar a acuidade auditiva dos moto-táxistas; pesquisar o grau de percepção do profissional quanto ao ruído; apurar a atenuação sonora dos capacetes com medições no laboratório e em campo; propor um Programa de Prevenção Auditiva para esta classe de trabalhadores; averiguar a possibilidade do uso do capacete combinado com plugue pelos moto-táxistas. Métodos: O presente trabalho foi realizado em duas etapas: primeiramente em laboratório que consistiu em avaliar a atenuação de ruído de três modelos de capacetes através da norma ANSI 12.6/97A e, a segunda, em campo que teve como procedimento aplicar uma entrevista com roteiro semi-dirigido a 17 moto-táxista da cidade de Balneário Camboriú, quantificar a atenuação sonora dos três modelos de capacetes, analisar a dose de ruído, além de levantar o perfil audiométrico dos profissionais e a exposição dos mesmos. Resultados: Os moto-táxistas estão expostos a um nível de pressão sonora superiores a 82,1 dBA e a doses de ruído acima do permitido para seu tempo de trabalho diário, ou seja, 12 h/diárias. Comparando a dose de ruído de todos os moto-táxistas durante as 12 horas de trabalho diário e levando-se em consideração o capacete, possibilitando a verificação de que as doses de ruído ultrapassam 100% diariamente para todos os trabalhadores e nos três modelos de capacetes estudados. Dos moto-táxistas estudados, 8 apresentaram limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade e 9 apresentaram alteração dos limiares tonais. Os baixos níveis de atenuação sonora dos capacetes, tanto no laboratório quanto em campo, enfocou a não efetividade dos mesmos como protetores auriculares. Ficou evidente o desconhecimento dos moto-táxistas sobre os efeitos do ruído no seu ambiente de trabalho, mas os motociclistas apresentaram queixas extra-auditivas e auditivas que poderiam ser relacionadas ao ruído intenso. Conclusão: na indisponibilidade de mudar o NPS no ambiente de trabalho medidas de minimização dos efeitos do ruído devem ser adotadas, entre elas a proposição de um Programa de Proteção Auditiva e alternativas de equipamentos de proteção individual, visando à melhoria da qualidade de vida dos profissionais.

Capacetes através da norma ANSI 12.6/97A

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