A
semana foi de busca de conhecimentos para um grupo de sindicalistas de
Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, que esteve em Brusque para ver de
perto como funciona um projeto a área de segurança do trabalho. Eles conheceram
o modelo implantado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb) de combate à
informalidade e orientação sobre segurança nos ambientes de atividade
profissional.
Ao
longo de três dias, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na
Construção de Canoinhas, José Santarém, e a técnica em segurança do trabalho da
entidade, Dirce Gutervill, acompanharam as equipes de vistorias do Sintricomb.
Eles se deslocaram a diversos locais com obras em construção. O objetivo é
aplicar o mesmo modelo na base de atuação do Siticom de Canoinhas, que
representa cerca de 10 mil trabalhadores em quatro cidades: Canoinhas, Três
Barras, Itaiópolis e Major Vieira.
“Vamos
trabalhar em cima do programa aqui do siticom de Brusque. Nos chamou a atenção
a estrutura deste sindicato”, comenta Santarém.
Segundo
ele, o sucesso do projeto da entidade brusquense, que inclui visitas às obras e
empresas, orientações sobre uso de equipamentos de proteção individual e
cuidados com a saúde no trabalho e a forma para combater o elevado índice de
informalidade, tem sido notado nos últimos anos em nível estadual.
Resistência
do trabalhador é outro desafio.
Com
o modelo brusquense, o sindicato de Canoinhas espera mudar a atual realidade
que vive o setor naquelas regiões. A técnica em segurança do trabalho Dirce
Gutervill afirma que os problemas são muitos: não há respeito às normas
regulamentadoras que regem o setor em relação à segurança, aposentados voltam a
trabalhar sem as mínimas condições, elevado índice de contratações sem
registro, com precárias condições de ambiente, entre outros.
“Produtos
de má qualidade, como serra-fita, cortante, instalações inadequadas, sem tapume
em obras. Pode acontecer de uma criança subir em um alojamento de vários
andares e cair. Muita desorganização”, afirma ela.
Além
dessas situações, o Siticom de Canoinhas terá outro desafio, o próprio
trabalhador. A resistência no uso dos equipamentos de proteção será outra
batalha a ser enfrentada, acredita Dirce.
“Queremos
adequar o projeto de Brusque para que possamos melhorar tanto para o
trabalhador quanto o proprietário das construtoras, para que não haja mais
acidentes. Que saiam sãos e voltem sãos para casa todos os dias”.
O
presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano, se diz orgulhosos de ver que o
modelo implantado em Brusque está sendo visto e copiado por outras cidades do
estado.
“Já
implantamos há vários anos esse trabalho em saúde e segurança do trabalhador
aqui. Fico contente que um companheiro venha até nós buscar para implantar na
sua base. Sabemos que isso é um trabalho de formiguinha para se estruturar”.
O
Sintricomb implantou o programa de saúde e segurança no trabalho há cinco anos.
Desde 2013, equipes do sindicato formadas por diretores e técnicos em segurança
vão às ruas diariamente levar informações sobre segurança nos locais de
trabalho, levantar dados sobre informalidade, total de obras em andamento e
orientar sobre uso correto de equipamentos de proteção.
A
ação, da qual faz parte o programa Café na Obra, tem conseguido reduzir
drasticamente os índices de acidentes no setor de construção civil, considerado
um dos mais perigosos.
O
Siticom de Canoinhas é a segunda entidade a buscar informações para implantar o
modelo do sindicato brusquense. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção
Civil de Joaçaba também se espelhou no Café na Obra do Sintricomb e criou
naquela região o Café Consciente.
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