quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Projeto prevê o reajuste das multas aplicadas pela Fiscalização do Trabalho


A Fiscalização do Trabalho poderá ganhar um forte aliado no combate às infrações trabalhistas. O Ministério do Trabalho e Emprego encaminhou à Casa Civil projeto que propõe reajuste às multas aplicadas pela Fiscalização do Trabalho. Algumas, defasadas há mais de vinte anos, estabelecem punições com valores irrisórios, que são ignorados pelos empregadores que descumprem a lei, confiando na impunidade.

Esta, sempre foi uma das bandeiras do SINAIT, que reflete o desejo de toda a categoria. As multas são ferramentas importantes para que o empregador infrator sinta “no bolso” a gravidade do crime que cometeu.  “Os irrisórios valores das penalidades aplicadas atualmente esvaziam o conteúdo punitivo, banalizando o descumprimento das leis trabalhistas. Precisamos de ferramentas eficazes”, avalia a presidente do SINAIT, Rosângela Rassy.

O projeto prevê ainda punições que consideram o número de trabalhadores flagrados em situação irregular, cujos valores serão calculados per capita. O reajuste será variável e deverá considerar o grau da infração.

Ministério do Trabalho quer atualizar valores de multas da legislação trabalhista

Brasília - O Ministério do Trabalho enviou à Casa Civil da Presidência da República projeto de lei que atualiza os valores das multas estabelecidas pela legislação trabalhista. Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora de recursos da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Hélida Girão, disse que os valores estão desatualizados, pois a ultima correção geral ocorreu em 1989.
“Há dez anos, a Secretaria de Inspeção do Trabalho tenta atualizar essas multas, mas por questões técnicas levamos esse tempo”, explicou. Em 2001, houve uma atualização, mas apenas para as multas ligadas à área rural.
De acordo com Hélida, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Convenção 81, que trata da inspeção do trabalho, diz que além de pessoal qualificado deve-se ter uma aplicação adequada. Isso significa que são necessários mecanismos eficazes de cumprimento das normas e a multa é um deles.
“De nada adianta ter uma inspeção adequada sem ter uma aplicação adequada”, disse ela. “Às vezes, a empresa prefere pagar a multa do que cumprir a legislação [porque a multa é baixa]”, acrescentou.Ela informou que o projeto prevê que algumas multas passarão a ser per capita, ou seja, pelo número de trabalhadores encontrados em situação irregular. Hoje, várias multas, como as de retenção da Carteira de Trabalho, não são aplicadas de acordo com o número de trabalhadores.
Pelo projeto, as multas vão variar, em média, entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil e terão reajuste anual com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Multa como a de retenção salarial, que hoje tem o valor de R$ 402,53, vai passar para R$ 1 mil por cada trabalhador nessa situação, acrescida de 1% por cada mês de atraso. A retenção salarial do trabalhador é um das situações que podem caracterizar o trabalho análogo à escravidão.
Outra multa que terá seu valor reajustado é a de trabalhador sem registro, que hoje é de R$ 402,53 por empregado e passará para R$ 1,5 mil.   
Depois de passar por revisão na Casa Civil, o projeto será enviado ao Congresso Nacional para apreciação dos parlamentares.

Fonte:
Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil
http://www.sinait.org.br/noticias_ver.php?id=2121

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