quinta-feira, 14 de abril de 2016

Sensores para monitorar prevenção de deslizamentos de terra

Os primeiros sensores que farão o monitoramento para prevenção de deslizamentos de terra em Salvador foram instalados ontem, à tarde, na encosta localizada no Largo do Santo Antônio Além do Carmo. No total serão 100 prismas — pequenos refletores circulares de laser, com 8 a 10 centímetros de diâmetro — que funcionam como sensores que registram a movimentação do solo e enviam as informações para uma Estação Total Robotizada (ETR) que será instalada sobre a caixa d’água do Hospital Naval do Comércio, situado em frente à encosta.

“Este equipamento faz parte de um conjunto de equipamentos que está sendo instalados pela cidade. Primeiro foram instalados 15 pluviômetros para medir a intensidade de chuvas e este aqui vai identificar alguma movimentação de deslizamento de massa. Para se ter uma idéia da precisão deste equipamento, se a terra mexer um milímetro ele vai acusar e informar à ETR que, via internet, enviará a mensagem para a sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em São José dos Campos (SP), que redistribuirá os dados para os técnicos da Defesa Civil (Codesal), que poderão remover as pessoas da área de riscos”, explica  Luiz Edmundo Campos, professor do curso de Engenharia da Escola Politécnica da Ufba, que acompanhou a instalação dos primeiros prismas.

Os sensores serão distribuídos ao longo da encosta e também em residências que ficam no morro, localizado sobre o Túnel Américo Simas, que liga o Aquidabã ao Comércio. Técnicos do (Cemaden) estão mapeando os pontos que receberão os sensores e conversando com os moradores da região sobre os equipamentos e a tecnologia de prevenção de deslizamento do solo, iniciativa que poderá salvar vidas. São nove ETRs instaladas no Brasil e esta é a primeira na capital baiana.

 “A Codesal está dando o apoio e o pessoal contratado pelo Cemaden prever que em duas semanas todos os sensores estejam instalados. Ainda vem uma terceira etapa que botar medidores de umidade do solo para verificar como a água está penetrando na terra. Isto completa esta movimentação para estudos que vão ajudar a entender melhor o comportamento de deslizamentos da terra para fazer obras mais econômicas e adequadas. Enquanto a obra não vem, será possível proteger a população de, caso haja possibilidade de deslizamento, avisando para que ela se retire até sanar o risco e poder voltar para o local”, pontuou Luiz Edmundo Campos.
           
 Em Salvador, o local onde os equipamentos estão sendo instalados foi escolhido pelo Cemaden, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), porque fica na falha geológica que separa a Cidade Alta da Cidade Baixa. O sistema custa R$ 300 mil, além dos custos com transmissão de dados via internet. “Este é um plano piloto, um teste ainda, mas existe a possibilidade de tentar estender para outras áreas”, adiantou o geólogo Marcelo Oliveira, da Codesal.


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