Por
Redação Paraíba Já
A
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu nesta quinta-feira (13) que
os planos de saúde têm de cobrir os testes sorológicos para o novo coronavírus.
A medida vale a partir desta sexta-feira (14).
O
teste detecta a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue do paciente,
produzidos pelo organismo após exposição ao vírus.
O
teste sorológico é o chamado teste rápido para o novo coronavírus.
Segundo
a ANA, o procedimento “passa a ser de cobertura obrigatória para os
beneficiários de planos de saúde a partir do oitavo dia do início dos sintomas,
nas segmentações ambulatorial, hospitalar e referência, conforme solicitação do
médico assistente.”
O
assunto foi tratado em reunião da Diretoria Colegiada da agência na tarde desta
quinta. No mês passado, a ANS derrubou na Justiça decisão liminar que obrigava
os planos a oferecerem os testes. Na ocasião, a agência argumentou que não é
possível fazer uso de testes, de forma paulatina e segura, como auxílio no
mapeamento de pessoas infectadas.
“A
decisão da Diretoria Colegiada, nesta quinta-feira (13/08), foi tomada após a
ANS concluir análise técnica das evidências científicas disponíveis e promover
amplo debate sobre o tema com o setor regulado e a sociedade”, informou a ANS
depois da decisão.
Apesar
da decisão judicial, segundo a própria ANS, os planos de saúde continuaram
obrigados a fornecer o exame sorológico, desde que houvesse uma requisição
feita por um médico. Para encaminhamento, o paciente teria que ter apresentado
sintomas de quadro gripal ou síndrome respiratória.
A
ANS havia incluído o teste sorológico na lista de coberturas obrigatórias dos
planos de saúde no fim de junho, atendendo a uma decisão judicial dada em Ação
Civil Pública movida pela Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos
e Sistemas de Saúde (Aduseps), de Pernambuco. Segundo a agência, a avaliação
técnica sobre a inclusão dos testes sorológicos no rol de coberturas
obrigatórias estava em curso antes mesmo da obrigatoriedade.
Testes sorológicos
Desde
de março, os planos de saúde são obrigados a cobrir o exame RT-PCR, que
identifica a presença do material genético do vírus, com coleta de amostras da
garganta e do nariz. Mas o teste não consegue detectar infecções em estágio
inicial ou depois da cura da doença.
Outros
seis tipos de exame que ajudam no acompanhamento dos pacientes estão previstos
legalmente, mas reportagem do G1 relata dificuldade de pacientes a terem acesso
aos exames.
O
teste sorológico é indicado para pessoas que tiveram sintomas da doença há mais
de dez dias, pois a produção de anticorpos no organismo leva alguns dias para
ser detectada pelo exame.
“Serve
para inquérito sorológico, ou seja, para monitorar a população e identificar a
porcentagem de pessoas que já foi exposta ao vírus, e para testes individuais”,
explicou em entrevista ao G1 o virologista José Eduardo Levi, pesquisador do
Instituto de Medicina Tropical da USP e Gestor de Pesquisa e Desenvolvimento da
Dasa.
Ainda
que se siga o protocolo, o teste é criticado por parte dos especialistas, pois
coletas realizadas antes do período recomendado – ou muito depois – podem
causar diagnósticos de falso negativo. Até a decisão de hoje, a cobertura era
obrigatória nos planos da categoria ambulatorial, hospitalar e referência.
Do
G1.
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