sábado, 15 de outubro de 2011

Curso de formação do Bombeiro Civil - Nós e laços utilizados no rapel e resgate


Curso de formação de Bombeiro Civil - CEFABOM 
Nós e laços utilizados para atividades em altura e resgate em espaço confinado. 

Existe uma grande variedade de nós e laços. A maioria é de grande utilidade para determinados fins, enquanto outros são apenas decorativos. Seria interessante e divertido conhecer todos porém, na prática, é mais importante conhecer a fundo os nós verdadeiramente úteis para o seu fim particular, conhecer sua aplicação correta e saber fazê-los sob circunstâncias adversas.


Isto é uma verdade principalmente no montanhismo onde a sua vida depende de nós bem feitos.

Esta seção apresenta os nós mais utilizados no montanhismo e também mostra esquematicamente a execução de cada nó.

É muito pouco provável que apenas com uma leitura desta seção se consiga aprender a executar bem estes nós. O aprendizado só vem com a prática e por isso é importante treinar a execução de cada um dos nós apresentados com uma corda ou cordelete e assim adquirir alguma experiência que com certeza evitará contratempos na hora da escalada.

Oito simples
Nó de partida para o oito duplo pela ponta da corda.
Oito Duplo
O oito duplo é um dos principais nós utilizados em escaladas.

Feito pelo meio da corda, ele serve principalmente para rebocar material, encordar um participante ou fixar a corda em um mosquetão.
Esta forma pode ser utilizada no lugar da azelha simples, apresentando a grande vantagem de ser mais fácil de se desfazer após ser submetido a uma carga elevada ou quando molhado.

Feito pela ponta da corda, o seu principal uso é o de encordamento do guia ou do último participante da cordada. Esta forma também pode ser usada para fixar a ponta da corda diretamente em um grampo ou árvore. Para fazer este nó é necessário fazer antes o oito simples e então acompanhá-lo com a ponta da corda no seu sentido inverso.

Feito desta forma, o oito duplo também serve para emendar duas cordas em um rapel mais longo, mas é preferível usar o pescador duplo que é um nó menos volumoso e tem menos chance de se enganchar durante o recolhimento da corda.

Em todos estes casos é sempre bom deixar uma folga de pelo menos um palmo e meio de ponta de corda, arrematado com um nó de frade.

Oito duplo pelo meio da corda.


Encordamento com oito duplo pela ponta da corda e arremate final.



Amarração em prancha  
Prusik
Este é um nó auto-blocante, ou seja, sob tensão ele trava e quando frouxo ele corre "facilmente". Em resgates, ascensões por uma corda fixa ou mesmo em cabo de aço, o prusik é muito utilizado e quase sempre essencial.

Ele também pode ser utilizado para evitar que a corda desça quando você estiver rebocando uma carga pesada (ou mesmo um acidentado) enquanto você descansa.

Muitos acidentes ou quase acidentes já aconteceram porque os participantes não conheciam o prusik ou não tinham as cordinhas para o caso de uma necessidade. Por isso, é imprescindível que cada participante tenha duas ou três cordinhas e saiba usá-las.

A cordinha utilizada para este nó deve ter aproximadamente a metade do diâmetro da corda principal, tendo suas pontas emendadas com um pescador duplo ou um nó duplo. Quanto mais se aproximem os diâmetros, menos eficiente o prusik será.

Ele é normalmente feito com duas voltas, como mostra a figura, mas no caso de escorregar, pode ser utilizado com três ou mais voltas.

É importante verificar que o nó de emenda da cordinha não atrapalhe o prusik nem fique na extremidade inferior onde o mosquetão será preso.
Existem outros nós que podem ser utilizados para o mesmo fim como por exemplo o nó de Machard e variações com a utilização de um mosquetão.



Pescador Duplo
Nó utilizado para emendar duas pontas de uma mesma corda, como um cordelete para prusik ou de duas cordas diferentes, como em um rapel mais longo, por exemplo.

Este é um nó seguro e exige menos esforço para ser desfeito do que o nó duplo (mais usado para fitas).

Para cordas de rapel, é importante deixar uma folga de pelo menos um palmo e meio nas pontas para maior segurança.


Uso do pescador duplo na união de duas cordas para rapel.
A última imagem exibe o aspecto do nó visto pelo outro lado.

Volta do Fiel
Chamado simplesmente de fiel este nó é a forma mais rápida de se fixar a corda, podendo ser reajustado ou desfeito com facilidade.

A volta do fiel é um nó muito fácil de se fazer e muito útil em uma escalada, como por exemplo quando se deseja fixar a corda do participante sem soltar a segurança ou quando desejamos fazer uma solteira de comprimento variável, podendo mudar o seu comprimento sem soltar a segurança. Com um pouco de prática, pode-se fazê-lo rapidamente com uma mão só. Normalmente o fazemos pelo meio e utilizamos um mosquetão, mas é também muito importante e útil saber fazê-lo pela ponta.
Feito pelo meio da corda ele serve para fixar a corda em um mosquetão ou pé-de-galinha.
Feito pela ponta e com um bom arremate de segurança, ele serve para fixar a corda em uma árvore, por exemplo.

Fiel pelo meio da corda


Fiel pelo meio da corda, sem tirá-la do mosquetão


Fiel pela ponta da corda

Azelha
O nó azelha é um nó forte e confiável. É muito utilizado durante a escalada para fixar a corda ou para rebocar material.
grande inconveniente, no entanto, é ser difícil de desfazer após ser submetido a grande tensão e/ou numa corda molhada. O nó oito duplo ameniza esse inconveniente e é portanto preferível.


Falcaça
Apesar de não ser usado diretamente na escalada, este nó é muito útil e deve ser aprendido pelos alunos do CBM. Ele serve para arrematar a corda após ser enrolada, facilitando o seu transporte e manuseio quando não utilizada.
Após enrolar a corda, deixe uma volta mais curta para o ajuste final e reserve uma braçada de corda para executar o nó como mostra a figura.

Termine o nó passando a ponta da corda pela alça e ajustando-o com firmeza, para evitar que o nó se desfaça.

Nó de Fita ou Nó Duplo
O nó de fita é um nó usado para emendar as pontas de uma fita, criando-se um anel de fita que pode ser usado como costura ou como fita solteira.
Faz-se um nó simples em uma das pontas da fita e depois, com a outra ponta, segue-se esse nó pelo caminho inverso. O nó de fita deve ser ajustado para que as fitas fiquem todo o tempo paralelas e com folgas de pelo menos três dedos em cada ponta.
Para uma solteira pode-se usar uma fita de 260 cm a 300 cm, que após dobrada e emendada deve ficar com cerca de 110 cm a 130 cm. Para costuras médias, usa-se uma fita de uns 160 cm, que após dobrada e emendada ficará com 60 cm, podendo ser levada a tiracolo.
Se o nó for aplicado em uma corda ou cordelete, em vez de em uma fita, o nó muda de nome e passa a se chamar nó duplo. Deve-se ter muito cuidado com o nó duplo neste caso, pois ele possui uma forma correta e outra errada! A forma errada é insegura e pode se desfazer com o uso.
A menos que você tenha muita familiaridade com o jeito certo e o errado do nó duplo, para emendar as pontas de uma corda ou cordelete prefira sempre o pescador duplo ou o oito duplo, ambos confiáveis e facilmente identificáveis.



Nós para Emendar

Direito
Para emendar cordas, fitas e retinidas de diâmetros iguais, oferece pouca dificuldade para ser desfeito mesmo após ter sido usado sob tração.


Escota
Para emendar cordas de diâmetro diferentes. Deve ter preferivelmente mais de uma volta, aumentando assim sua segurança.


Duplo
Para emendar cordas ou fitas de diâmetros iguais . Quando é muito solicitado, torna-se difícil de soltar, mas é o mais seguro para esta finalidade, (fitas).



Fonte:
Blog do Bombeiro Oswaldo
www.bombeiroswaldo.blogspot.com

Fotos: Laercio Silva

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