segunda-feira, 20 de abril de 2015

Número de acidentes de trabalho é alarmante

Mato Grosso é um dos estados com pior situação do país em acidentes trabalho. Para cada 100 mil habitantes são registradas 20 mortes por ano. Os dados foram apresentados pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Oreste Dalazen, durante debate em Cuiabá, sobre o programa Trabalho Seguro, que é desenvolvido pela justiça trabalhista do país.
O juiz do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, Paulo Brescovici ressalta que na região Centro-Oeste, Mato Grosso é o estado que mais tem acidentes de trabalho. “Foram quase 3 mil acidentes de trabalho no último período que foram coletadas essas informações. No Brasil como um todo, nós temos um índice bem alarmante, quase 800 mil acidentes de trabalho que foi o que nos mostrou a última estatísticas”
De acordo com levantamento realizado pelo Getrin (Grupo de Trabalho Interinstitucional) , dos acidentes de trabalho ocorridos no Estado. A maioria dos trabalhadores que sofrem algum tipo de acidente é do sexo masculino e está na faixa etária entre 20 e 29 anos.
Os tipos de acidentes variam, e são classificados entre formais (dentro ou fora da empresa, durante execução do trabalho), típicos (acontecem dentro da empresa no departamento que trabalha) e trajeto (no caminho de casa para o serviço e vice e versa).

“O Brasil gasta por ano R$ 71 bilhões com acidentes de trabalho. O que representa 4% do PIB, ou seja, 4% de toda a riqueza que nós produzimos nós gastamos materialmente com as vítimas de acidentes de trabalho, situação essa que poderia ser evitada. E mais que o valor, que é expressivo, a gente está falando de vidas”.

Rondonópolis, Sinop e Peixoto de Azevedo são os municípios que mais registram acidentes de trabalho por ano. E geralmente ocorrem na parte de serviços (48,3%), indústria (47,1%) e agropecuária (4,6%).
Preocupação
Menos de 30% dos acidentes de trabalho com vítimas fatais ou mutiladas são investigados pela Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso. Os outros 70% não chegam ao conhecimento do órgão, seja por negligência das empresas ou dos próprios trabalhadores. E este índice pode ser ainda maior, já que um grande número ocorre na informalidade e fica no anonimato.

A chefe do Núcleo de Saúde e Segurança no Trabalho (Negu), Aline Aparecida Roberta Amoras, explica que os casos em que os trabalhadores não são registrados dificilmente são denunciados. No último ano, dos 94 casos investigados pela instituição, apenas 5 estavam na informalidade. “Sabemos que este número é muito maior, mas não temos como mensurá-lo”.

Segundo ela, a maioria dos acidentes é informada por meio de denúncias ou pela mídia. Uma das ferramentas utilizadas pelo núcleo para detectar as sub-notificações é o Anuário Estatístico dos Acidentes de Trabalho, elaborado com base nos dados da Previdência Social.

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