Mato Grosso é um dos
estados com pior situação do país em acidentes trabalho. Para cada 100 mil habitantes são
registradas 20 mortes por ano. Os dados foram apresentados pelo
presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Oreste Dalazen, durante
debate em Cuiabá, sobre o programa Trabalho Seguro, que é desenvolvido pela
justiça trabalhista do país.
O juiz do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região,
Paulo Brescovici ressalta que na região Centro-Oeste, Mato Grosso é o estado
que mais tem acidentes de trabalho. “Foram quase 3 mil acidentes de trabalho no
último período que foram coletadas essas informações. No Brasil como um todo,
nós temos um índice bem alarmante, quase 800 mil acidentes de trabalho que foi
o que nos mostrou a última estatísticas”
De acordo com levantamento realizado pelo Getrin (Grupo de
Trabalho Interinstitucional) , dos acidentes de trabalho ocorridos no Estado. A
maioria dos trabalhadores que sofrem algum tipo de acidente é do sexo masculino
e está na faixa etária entre 20 e 29 anos.
Os tipos de acidentes variam, e são classificados entre formais
(dentro ou fora da empresa, durante execução do trabalho), típicos (acontecem
dentro da empresa no departamento que trabalha) e trajeto (no caminho de casa
para o serviço e vice e versa).
“O Brasil gasta por ano R$ 71 bilhões com acidentes de trabalho. O que
representa 4% do PIB, ou seja, 4% de toda a riqueza que nós produzimos nós
gastamos materialmente com as vítimas de acidentes de trabalho, situação essa
que poderia ser evitada. E mais que o valor, que é expressivo, a gente está
falando de vidas”.
Rondonópolis,
Sinop e Peixoto de Azevedo são os municípios que mais registram acidentes de
trabalho por ano. E geralmente ocorrem na parte de serviços (48,3%), indústria
(47,1%) e agropecuária (4,6%).
Preocupação
Menos de 30% dos acidentes de trabalho com vítimas fatais ou
mutiladas são investigados pela Superintendência Regional do Trabalho de Mato
Grosso. Os outros 70% não chegam ao conhecimento do órgão, seja por negligência
das empresas ou dos próprios trabalhadores. E este índice pode ser ainda maior,
já que um grande número ocorre na informalidade e fica no anonimato.
A chefe do Núcleo de Saúde e Segurança no Trabalho (Negu), Aline Aparecida
Roberta Amoras, explica que os casos em que os trabalhadores não são
registrados dificilmente são denunciados. No último ano, dos 94 casos
investigados pela instituição, apenas 5 estavam na informalidade. “Sabemos que
este número é muito maior, mas não temos como mensurá-lo”.
Segundo ela, a maioria dos acidentes é informada por meio de
denúncias ou pela mídia. Uma das ferramentas utilizadas pelo núcleo para
detectar as sub-notificações é o Anuário Estatístico dos Acidentes de Trabalho,
elaborado com base nos dados da Previdência Social.
Fonte: Gazeta Digital
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