Por Laercio Silva
Jornalista especializado em segurança no trabalho, ergonomia
aplicada e higienista ocupacional.
Um
episódio polêmico ganhou destaque na mídia em João Pessoa na Paraíba voltou a
ser compartilhado nas redes sociais, reacendendo debates sobre a possível
conexão entre o ambiente urbano e o crescimento de doenças crônicas, durante
dois anos, vinte moradores do mesmo prédio foram diagnosticados com câncer
de diferentes formas, residencial no centro de João Pessoa com antenas de telefonia instalada no topo,
Estações Rádio Base (ERBs), das operadoras de telefonia celular, o assunto
atraiu a atenção do Ministério Público da Paraíba e vem gerando questionamentos
acerca das antenas de telefonia que estão instaladas no topo do prédio. A
investigação teve início em 2020, após relatos de moradores que ligavam o
aumento desses diagnósticos à exposição aos campos eletromagnéticos emitidos
pelas antenas. O processo incluiu solicitações de documentação, inspeções e
pedidos de esclarecimento às operadoras que utilizam o local para suas Estações
Rádio Base (ERBs). O edifício, com mais de dez andares e 117 apartamentos,
acolhia 114 famílias naquela época em 2020. Além das taxas mensais de
condomínio, o local também recebia compensações financeiras das operadoras de
telefonia pela colocação dos equipamentos.
A conexão entre edificações que possuem antenas de telefonia e a incidência de câncer entre os residentes existem sobre o assunto discordâncias questionáveis, algumas pesquisas indicam uma possível correlação, enquanto outras, principalmente aquelas realizadas por entidades do setor de telecomunicações, defendem que as radiações não apresentam risco à saúde humana. Estudos realizados em Belo Horizonte na UFMG indicaram um aumento nas taxas de mortalidade por câncer em um perímetro de 500 metros, a exposição a campos eletromagnéticos não tem comprovação científica de causar o desenvolvimento de tumores. Especialistas em telecomunicações afirmam que antenas de telefonia não estão relacionadas ao crescimento anormal e descontrolando células humanas que resultem na formação de um tumor, mas a comunidade científica ainda debate o assunto e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a necessidade de mais pesquisas especialmente por conta do aumento da quantidade de antenas com a chegada do 5G.
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