Através
da Portaria n° 84/09, o Ministério do Trabalho corrigiu um antigo erro. A
expressão “ato inseguro”, contida na alínea “b” do item 1.7 da NR 1, foi
retirada da regulamentação, assim como os demais subitens que atribuíam ao
trabalhador a culpa pelo acidente de trabalho.
Mas
ele realmente sumiu na atividade do trabalho? Ou ele está espreitando como um
fantasma, aguardando o momento certo para agir e provocar o acidente? Realmente
fantasma existe e mora dentro de nós?
Com
o ato inseguro acontece à mesma coisa, o pessoal analisa o ato em si, mas sem
levar em conta os fatores relacionados ao elemento humano que convergem para
produzir o ato inseguro. Para estudar o acidente, temos duas vertentes o ato
inseguro e condições inseguras. Voltamos a essência do método de Taylor, se
fracionarmos todas as etapas que dão origem à falhas humana, podemos estudá-la
com mais detalhe e atuar onde a probabilidade de ocorrer uma falha no sistema
ou anomalia é mais frequente. Os fatores/erros relacionados ao elemento humano
são semelhantes a quaisquer tipos de atividade.
Hoje,
com os avanços no conhecimento e na tecnologia aumentaram consideravelmente a
complexidade de sistema. Devido sua combinação singular de processos,
interações tecnológica e humana, surgem também riscos inevitáveis, que às
vezes, alguma coisa sairá errado. E uma das coisas mais difíceis é mudar o
comportamento do elemento humano, pois não é padronizado, ao contrário das
máquinas em que podemos alterar o ritmo de produção e de segurança.
Uma
visão interessante da causa de acidente utilizado por especialistas no campo
aeronáutica e nuclear é o modelo do queijo suíço (cheio de buraco). A condição
ideal é separar o perigo da perda potencial, mas na prática parece mais como
fatias de queijo suíço. As lacunas estão abrindo e fechando continuamente
(sistema de defesa), ao mesmo tempo mudando de posição. O perigo sério aumenta
quando um conjunto de linhas de buracos permite uma abertura momentânea de
oportunidade para o acidente. Aí estão as falhas ativas e latentes. Para isso
devemos criar barreiras de segurança e de proteção.
O
sistema de segurança ideal seria como o processador de texto Word, se erramos a
palavra ele corrige, se esquecemos de salvar, ele avisa, antes acontecer o
desastre, perder o que está sendo digitado. Por causa disso algumas atividades
o robô está substituindo o elemento humano.
O
que é comum na maioria das organizações quando ocorre uma falha no sistema, por
exemplo, acidente ou falha de projeto ou falha no atendimento, é procurar um
culpado e não analisar qual foi motivo dessa falha no subsistema. No Brasil é
comum procurar/apontar um culpado do que ir a fundo qual a origem dessa falha.
O erro não está no ato inseguro, mas quem está interpretando a falha.
“Os
fatos não falam, eles precisam ser interpretados por alguém. Tudo que é
observado é modificado pela presença do observador. Os fatos mudam a depender
de quem está interpretando”.
(Principio
de Incerteza de Heisenberg).
Confira na Íntegra:
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