quinta-feira, 10 de março de 2016

Trânsito brasileiro mata como a guerra do Vietnã a cada ano

Por Alberto Oliveira

Os conflitos no Vietnã duraram 20 anos (de 1955 a 1975). Lá, morreram 58.193 soldados americanos. O trânsito brasileiro matou 50.241 pessoas no país, apenas em 2014, levando-se em conta apenas o crescimento anual de 4% que se tem verificado nos últimos 10 anos. Ou seja, sem computar o aumento de tráfego que ocorreu por conta da Copa do Mundo. E quanto mais tráfego, mais mortes.

Nas Copas da Alemanha (2006) e África do Sul (2010), verificou-se um aumento de aproximadamente 30% no tráfego rodoviário. Durante o Carnaval brasileiro a Polícia Rodoviária estima que o tráfego rodoviário aumenta em torno de 40%, índice se repetiu em 2014, no período dos jogos.

Em 2012 foram mais de 46 mil mortes, segundo cálculos feitos pelo Instituto Avante Brasil.

Em 2018 as chances de morrer no trânsito brasileiro vão superar o perigo de ter sido um soldado americano lutando no Vietnã. Era mais fácil sobreviver lá.
Segundo dados do instituto “Road Safety” da África do Sul, as obras de melhorias viárias executadas especificamente para a Copa do Mundo de 2010 causaram um aumento de 20% dos acidentes de trânsito, durante o período em que estavam sendo realizadas.

Entre 2001 e 2010 houve um crescimento de 40,3% no número de mortes no trânsito brasileiro, mas o número de mortes de motociclistas cresceu 250%.

Metade dos mortos tinha entre 20 e 39 anos, estavam, portanto, na fase mais produtiva.

Comparando-se o número de mortes no Brasil e nos países da União Europeia percebe-se que, enquanto na Europa tende-se a zero (caindo de pouco mais de 30 mil por ano, hoje, para 2.500 no ano 2060), no Brasil vai-se passar, no mesmo período, de 46 mil para 313 mil mortes anuais.

A Taxa Média Anual de Redução do número de mortes da União Europeia é de, aproximadamente, 5% (calculada com base nos dados de 2000 - 2009). A Taxa Média de Crescimento do número de mortes do Brasil é de 4,06% (calculada com base nos dados de 2001 - 2010).

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