Agentes químicos são
substâncias que podem ser consideradas como orgânicas ou inorgânicas, naturais
ou sintéticas e sem vida própria, que podem estar presentes no ambiente de
trabalho e podem ser absorvidas pelo organismo, causando efeitos adversos às
pessoas expostas.
Levando em consideração sua
forma molecular, os agentes químicos podem ser classificados das seguintes
formas:
Gases: São fluidos amorfos
que ocupam o espaço que os contém.
Vapores: Eles vêm de um
processo de evaporação e, em condições normais de pressão e temperatura,
coexistem com a fase líquida.
Aerossóis: São dispersões de
partículas sólidas ou líquidas em meio gasoso (ar).
Outro aspecto importante a
considerar sobre agentes químicos é o conceito de acumulação. Quando um
poluente químico é absorvido em uma quantidade maior do que ela pode ser
eliminada pelo organismo, o contaminante acumulado pode atingir um ou mais
órgãos ou tecidos do organismo.
Exemplos de contaminantes
comuns em alguns processos industriais:
Absorção
As principais formas de
absorção pelo organismo de uma substância química presente no ambiente de
trabalho são:
Respiratório: As substâncias
podem se alojar no nariz, na traqueia, nos brônquios ou no pulmões, dependendo
de dois fatores: tamanho e propriedades químicas. As moléculas e partículas de
tamanho menor podem atingir os alvéolos (fração respirável) e permanecer nelas
ou passar para o sangue.
Dérmico: É o segundo caminho
mais importante. As propriedade químicas do contaminante (solúvel em água ou
gorduras) e o estado da pele são os fatores que mais influenciam no grau de
penetração que um agente químico pode ser absorvido pelo sangue através do
contato com a pele. A absorção cutânea não deve ser confundida com o fato de
que uma substância química causa danos à pele.
Digestivo: Geralmente é
considerado como o menos importante, exceto em casos de envenenamento acidental
ou quando há maus hábitos de higiene (falta de limpeza, alimentação, fumo ou
bebida no local de trabalho).
Parenteral: É a penetração
direta do tóxico no sangue, por exemplo, através de uma ferida na pele.
Efeitos de agentes químicos
Entendendo os efeitos que os
agentes químicos podem produzir no organismo, eles podem ser classificados em:
Irritantes e/ou corrosivos:
podem provocar mudanças na pele ou mucosas (cimento, ácidos, bases);
Sensibilizantes: produzem
alergias (níquel, cromo, fibras sintéticas);
Asfixiantes: impede que o
organismo consiga obter ou utilizar o oxigênio do ar atmosférico (monóxido de
carbono (CO), cianetos);
Narcóticos: tem o poder de
produzir inconsciência no indivíduo exposto (clorofórmio, éteres, álcoois,
acetonas);
Neurotóxicos: podem provocar
alterações no sistema nervoso do indivíduo (anilina, chumbo, mercúrio, benzeno,
solventes em geral);
Carcinogênicos: produzem
tumores malignos (amianto, benzeno, cádmio, cromo);
Mutagênicos: produzem
problemas hereditários (éteres de glicol, chumbo, benzeno);
Teratogênicos: produzem
malformações no feto (substâncias radioativas).
Considera-se que de acordo
com os possíveis efeitos para a saúde, a classificação de substâncias e
preparações deve distinguir entre:
Efeitos agudos: Ocorrem após
um tempo de exposição muito curto, por exemplo, algumas horas, são facilmente e
claramente reconhecíveis: asfixia, vômitos e perda de visão.
Efeitos crônicos: Ocorrem
após muito tempo (meses ou até muitos anos) de exposição, o que pode ser
repetido por um certo tempo, sendo difícil de reconhecer e relacionar-se com a
situação que os causou.
Os efeitos também podem ser
classificados como reversíveis e irreversíveis. Se depois de um certo tempo, na
ausência de exposição, o corpo se recuperar completamente e atingir seu estado
normal, eles serão reversíveis. Se, por outro lado, houver sequelas e não for
possível retornar ao estado normal, elas serão classificadas como
irreversíveis.
Avaliação qualitativa da
exposição aos agentes químicos
A higiene Ocupacional é a
metodologia básica a ser utilizada antes que possa haver algum problema
preventivo. No caso dos produtos químicos, em específico, que podem estar
causando algum efeito adverso com a saúde dos trabalhadores, as ações que nos
permitem avaliar o risco existente será basicamente o mesmo que aqueles
mencionados nos mesmos, como podemos ver abaixo:
Identifique o poluente
Quando há um problema de
exposição ocupacional a algum produto químico devemos estudar o mesmo, reunindo
as informações necessárias para conhecer a relevância e as características do
risco existente. As fontes de informação que podem ser usadas são:
• FISPQ’s (Ficha de informações de segurança de produtos
químicos) dos produtos;
• Matérias-primas utilizadas
• Processos utilizados
• Bibliografias relacionadas
Obter todas as informações
para saber as causas para as quais o contaminante pode ser encontrado no
ambiente de trabalho. É especialmente importante localizar as fontes de emissão
dos poluentes, bem como as áreas de possível inalação dos mesmos.
Avaliação quantitativa dos
agentes
O sistema de coleta depende
muito do poluente que você deseja avaliar. Existem muitos sistemas de coleta:
filtros, soluções absorventes, tubos absorventes, tomadas diretas, sensores
passivos, etc.
As concentrações geralmente
variam com o tempo, então o valor final emitido corresponde ao valor médio
correspondente ao tempo de exposição. Os resultados das concentrações são
normalmente identificados em miligramas por metro cúbico (mg/m³) para aerossóis
e em partes por milhão de volume (ppm) para gases ou vapores.
A medição da concentração
dos contaminantes químicos no ambiente de trabalho deve levar em conta o tipo
de poluente, a duração da avaliação e a localização da avaliação.
Sistema de avaliação:
Leitura direta ou amostragem
Duração da avaliação:
avaliações pontuais ou avaliações médias
Localização da avaliação:
Avaliações ambientais ou avaliações pessoais (individuais)
O mais importante erro que é
visto nas avaliações ambientais de poluentes é a falta de representação da
amostragem (é a diferença entre a concentração de poluentes que o colaborador
inala e os resultados de concentração obtidos na avaliação).
Veja um pouco mais sobre
como realizar as avaliações químicas, clicando aqui!
Critérios de avaliação
São valores de referência
para as concentrações de agentes químicos encontrados no ar e retratam as
condições em que se acredita, com base nos conhecimentos atuais, que a maioria
dos colaboradores podem estar expostas em seus expedientes, dia após dia, ao
longo de sua vida laboral, sem sofrer os efeitos adversos que a exposição pode
representar em sua saúde.
Critérios técnicos de
avaliação ambiental
Hoje em dia existem diversas
instituições internacionais especializadas em Higiene Ocupacional e que
publicam com certa regularidade, diversas listas com os critérios técnicos que
são estabelecidos valores máximos de exposição para diferentes substâncias
químicas ou industriais. Entre estes critérios técnicos utilizados, os mais
importantes são:
TWA – Time Weighted Average:
Concentração média ponderada admitida para a exposição ao produto químico
durante 8 horas consecutivas, sem causar danos à saúde.
STEL – Short Term Exposure
Limit: Concentração máxima admitida para a exposição ao gás durante 15 minutos
consecutivos, sem causar danos à saúde.
Avaliação ambiental
A avaliação do risco de
exposição às substâncias químicas, quando o tempo de exposição não é de 8
horas, é feita calculando os valores da exposição máxima permitida (EMP), cuja
expressão é:
C é a concentração média do
poluente, o VLA é o valor limite ambiental para 8 horas diárias de trabalho e T
é o tempo de exposição ao poluente.
Medidas preventivas visando
o controle da exposição
Sabemos que o grau de risco
depende da concentração do poluente e do tempo de exposição (dosagem), e é
claro que para reduzir o risco de exposição, é necessário atuar em um desses
dois parâmetros.
Uma medida corretiva a ser
tomada é a redução no tempo de exposição. Também deve ser realizadas ações para
a redução da concentração dos contaminantes químicos a ser inalados pelo
colaborador.
Ações no foco de
contaminação
• Alterações nos processos de utilização do agente poluidor;
• Isolamento da fonte causadora;
• Manutenções adequadas nos equipamentos de trabalho.
Ações no ambiente laboral
• Ventilação geral e localizada
• Manutenção no sistema de ventilação
• Limpeza do ambiente para evitar uma nova dispersão do
contaminante no local;
• Se o contaminante puder causar problemas sérios à saúde
(efeitos agudos), é conveniente a instalação de sistemas de alarme conectados
aos sistemas de ventilação.
Ações preventivas no
receptor
• Treinamento para as substâncias perigosas que manipulam e
seus riscos;
• Revezamento de trabalhos para reduzir o tempo de exposição;
• Alocar os colaboradores em local devidamente protegido;
• Como último recurso, a utilização de EPI – Equipamentos de
Proteção Individual para o trabalhador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário