Nordeste:
A Virada Hídrica Soluções Inteligentes com Dessalinização, Energia Solar, PPPs
Parcerias Público-Privadas e Engenharia Estratégica
O
semiárido nordestino, há séculos castigado pela escassez de água potável,
poderá estar diante de uma oportunidade histórica de transformação, caso exista
interesse político.
A
dessalinização da água, que já é realidade em várias partes do mundo, tornou-se
uma solução viável graças aos avanços tecnológicos e à integração com energia
solar fotovoltaica.
Enquanto
populações inteiras ainda convivem com a seca, países como Israel, Arábia
Saudita e Austrália provam que é possível garantir o abastecimento de água
mesmo em regiões desérticas.
O
segredo está na união entre tecnologia, gestão eficiente e fontes limpas de
energia.
O
Brasil pode, e deve, pensar nesse caminho.
Uma
usina de dessalinização capaz de atender até 500 mil habitantes tem custo médio
entre R$ 400 a R$ 700 milhões, dependendo do modelo e da infraestrutura
necessária.
Quando
aliada à energia solar, os custos operacionais podem ser reduzidos em até 70%,
tornando o processo não apenas viável, mas sustentável.
Nesse
cenário, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) surgem como alternativa
inteligente e estratégica.
A
PPP é altamente viável para esse tipo de investimento porque permite o
compartilhamento de riscos entre o setor público e a iniciativa privada; reduz
o custo inicial para o Estado, viabilizando grandes obras sem a necessidade de
desembolsos imediatos, aumenta a eficiência operacional, já que a empresa
privada tende a operar com prazos e metas mais rígidos, estimula a inovação
tecnológica, ao integrar ferramentas modernas de gestão hídrica e geração de
energia , além de oferecer modelos de remuneração escalonada, baseados em
desempenho e resultados.
Israel,
Espanha e Chile são exemplos de países que utilizam PPPs com sucesso em
projetos de dessalinização e reuso de água. No Brasil, estados como Bahia e
Ceará já estudam ou implantam modelos híbridos, demonstrando que é possível
adaptar essa experiência à nossa realidade.
Para
garantir o sucesso, é essencial que os contratos sejam bem elaborados, com
regras claras de desempenho, fiscalização rigorosa e participação social.
Embora
a transposição do Rio São Francisco seja uma das mais importantes obras
estruturantes já realizadas no Brasil, ela sozinha, e mesmo quando totalmente
concluída, não será capaz de acabar com a seca nos diversos recantos do
Nordeste.
A
diversidade climática e territorial exige múltiplas soluções integradas e
adaptadas às realidades locais.
Nesse
sentido, o papel do I Grupamento de Engenharia e Construção do Exército
Brasileiro, com sede em João Pessoa (PB), torna-se estratégico.
Com
vasta experiência em obras estruturais no Nordeste, atua em barragens,
adutoras, canais e sistemas emergenciais, além de participar de estudos
técnicos e de viabilidade para projetos sustentáveis, contribuindo para a
infraestrutura necessária à segurança hídrica da região.
Ao
lado desse trabalho técnico, a ADESG Associação dos Diplomados da Escola
Superior de Guerra pode atuar em conjunto com todos os atores públicos e
privados, promovendo articulação institucional, capacitação estratégica e
mobilização social em prol de soluções hídricas duradouras e sustentáveis.
No
Nordeste, as representações da ADESG têm um papel relevante ao fomentar o
debate técnico, apoiar políticas públicas e estimular a cultura e o
desenvolvimento regional.
A
superação da crise hídrica no Nordeste exige também o engajamento de
universidades, centros de pesquisa, órgãos públicos e agências de fomento.
Instituições como as universidades federais do Nordeste (UFPB, UFPE, UFBA, UFC)
possuem conhecimento técnico e científico para desenvolver soluções regionais,
aliadas à atuação de órgãos como a ANA, Sudene, DNOCS e Codevasf.
A
criação de núcleos interinstitucionais que unam ciência, engenharia, política
pública e iniciativa privada pode acelerar projetos, maximizar recursos e
garantir resultados concretos.
O
futuro hídrico do Nordeste passa por tecnologia, inovação, cooperação e
compromisso interinstitucional.
A
seca não precisa ser um fardo permanente, com planejamento, investimento e
vontade política, ela pode se tornar parte do passado.
ADESG PB Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.
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