Beto Soares/Estúdio Boom
Fonte: Martina Wartchow
Revista Proteção
A Análise Ergonômica do Trabalho é primordial para promover a
segurança e o bem-estar do trabalhador assim como a saúde financeira da empresa.
Estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente é objetivo
da Norma Regulamentadora 17 - Ergonomia. Essas condições de trabalho incluem
aspectos físicos, cognitivos e organizacionais a serem observados. E é aí que
entra a Análise Ergonômica do Trabalho, uma ferramenta primordial na busca do
bem-estar dos empregados assim como da produtividade com qualidade e da
lucratividade da empresa.
Desde que os conceitos da AET foram introduzidos no Brasil a
partir da década de 1970, sua prática tem sido motivada, principalmente, pelas
fiscalizações e exigências do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do
Trabalho. Muitas vezes são fruto de denúncias de sindicatos após constatação de
inúmeros casos de acidentes ou doenças ocupacionais. No entanto, em meio a
essas atitudes reativas, percebe-se um movimento proativo em andamento no qual
empresas, especialmente as grandes, já têm a Ergonomia como parte integrante do
seu sistema de gestão e a entendem como necessária para a saúde dos negócios.
Também vem sendo constatada, quando da solicitação das avaliações, uma
importância maior direcionada à organização do trabalho e à cognitividade. A
tendência é positiva, indicando que a visão até então mais restrita aos
aspectos físicos da Ergonomia começa a se ampliar.
A Ergonomia - do grego ergon (trabalho) e nomos (regras) - é uma
ciência multidisciplinar voltada ao entendimento das interações entre os seres
humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de teorias, princípios,
dados e métodos para otimizar o bem-estar das pessoas e o desempenho global
desses sistemas. Colocá-la em prática em um ambiente laboral depende,
inicialmente, da chamada Análise Ergonômica do Trabalho, que consiste em
compreendê-lo, assim como as atividades nele desenvolvidas, para transformá-lo
em compatível com as necessidades, habilidades e limitações dos trabalhadores.
Uma AET bem-feita e a implantação das mudanças apontadas por ela trazem
benefícios tanto para os empregados, que se sentem bem, seguros e em harmonia
com a filosofia da empresa, como para os empresários, que garantem a
prosperidade do seu negócio.
O engenheiro mecânico Nilton Luiz Menegon, mestre e doutor em
Engenharia de Produção, pesquisador do Laboratório de Ergonomia, Simulação e
Projeto da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos/SP), relata que a AET foi
introduzida no Brasil nos anos 1970 por brasileiros que tiveram passagem pelo
Cnam (Conservatório Nacional de Artes e Ofícios), em Paris, na França. Seu meio
de disseminação pioneiro por aqui foi a Engenharia de Produção.
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