quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Polêmica sobre o gabarito na orla de João Pessoa PB

 

Por Laercio Silva

Jornalista especializado em segurança no trabalho, ergonomia aplicada e higienista ocupacional.

Um assunto de extrema importância para a cidade de João Pessoa é a especulação imobiliária, que traz benefícios para poucos e problemas para muitos. A população deveria ter acesso a mais informações sobre esse tema.

Em meio à recente polêmica sobre o aumento do gabarito e a altura dos prédios na orla de João Pessoa, o arquiteto e urbanista Washington Sobrinho, comenta os impactos que essa mudança pode trazer para o equilíbrio urbano, ambiental e paisagístico da cidade.

Na entrevista a seguir, ele destaca a importância do planejamento responsável, da preservação da ventilação natural e do papel técnico dos profissionais de arquitetura e urbanismo nesse debate que envolve o futuro da capital paraibana.

Washington Dionisio Sobrinho

Sobre os impactos - O aumento do gabarito na orla pode bloquear a ventilação natural trazida pelos ventos predominantes do Sudeste, essenciais para o conforto térmico da cidade, além do mas com edifícios mais altos e contínuos junto a orla, haverá o sombreamento prolongado sobre as praias.

A verticalização excessiva, também provoca maior adensamento populacional, sobrecarga viária, impactos paisagísticos irreversíveis e descaracterização da identidade visual da orla de João Pessoa.

Sobre conciliar o desenvolvimento imobiliário com a preservação da paisagem litorânea - Sim, é possível! Mas exige planejamento urbano e responsabilidade técnica. O crescimento deve ocorrer de forma escalonada, mantendo a faixa de proteção de 500 metros da orla com limites de altura (12,90m a 35m). Além disso, soluções como, fachadas ventiladas, tetos verdes e corredores de ventilação, garantem o equilíbrio entre rentabilidade imobiliária e qualidade ambiental.

Não esquecendo, e importante frisar, que há um risco iminente nas construções verticais no topo da falésia. Essa ocupação pode alterar a direção natural dos ventos, fazendo com que a ventilação passe por cima da cidade e crie um efeito estufa, impedindo o ar quente de sair. O resultado é o acúmulo de calor e poluição, deixando João Pessoa mais quente, abafada e com menor qualidade do ar.

Sobre o papel do arquiteto e do planejamento urbano nessa discussão sobre limite de altura dos prédios - O arquiteto tem papel fundamental como mediador entre o projeto, o meio ambiente e a cidade. Cabe a nós traduzir os limites legais, como a Lei do Gabarito — em soluções urbanísticas, projetuais, criativas, sustentáveis.

2 comentários:

  1. Aloisio da Silva Lima16 de outubro de 2025 às 12:38

    Está em andamento um ataque sistemático contra restrições ambientalistas à especulação imobiliária que merece a atenção, no mínimo, de todos os pessoenses. Além da altura dos prédios da orla, recentemente tentaram emplacar um projeto de duplicação das praias, assorear uma laguna na área do antigo aeródrmo e ampliar o terminal de ônibus no Bessa, eliminando uma praça adotada pela comunidade local, só para citar alguns exemplos. Serão coincidências?

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  2. Este Prefeito no mandato anterior derrubou a Lei que proibia a construção de prédios com mais de 3 andares na primeira faixa da praia e dentro de um mês, os familiares dele que são Construtores já estavam com alguns projetos liberados para construção, agora começa tudo de novo !

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