Quem diria, mas pelo menos oficialmente o emprego mais perigoso da Paraíba não é nenhum dos que já foram relacionados na matéria. Segundo levantamento da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego da Paraíba (SRTE-PB), entre os anos de 2008 e 2009, a área mais perigosa para se trabalhar é o da indústria de calçados. Com 25 mil empregos gerados, o setor responde por 26,6% de todos os acidentes de trabalho registrados no Estado.
Nestes dois anos, a SRTE-PB contabilizou 2.680 acidentes de trabalho, sendo que 714 saíram do setor calçadista. Máquinas pesadas e caldeiras provocam muitas vezes queimaduras, cortes e até esmagamentos de mãos, que em alguns casos leva o funcionário a morte ou a invalidez.
O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado da Paraíba, contudo, diz que não reconhece estes números. Eduardo Almeida Souto destaca que os acidentes estão restritos às grandes fábricas, que possui maquinários maiores e mais perigosos. E ressalva que investimentos feitos nos últimos anos na modernização dos equipamentos fez com que os acidentes diminuíssem em 80%.
Depois do setor calçadista, a agroindústria (com 572 caos) e a limpeza urbana (com 357 casos) completam a lista dos três empregos mais perigosos. A construção civil vem apenas em quarto lugar, com 281 casos (10,5%).
A questão é que por motivos óbvios os acidentes na área de construção civil são mais letais. O que obrigou a Superintendência de Trabalho e Emprego intensificar a fiscalização. O superintendente do órgão, Inácio Machado, confirma que o grande problema está nos “ambientes precários” das construções. Tanto que, na última operação de fiscalização, 47 das 61 obras sofreram embargos ou interdições.
SRTE/PB
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