“Vivo perigosamente”. Ao contrário do que se possa pensar, esta não é uma frase dita por algum aventureiro ou adepto de esportes radicais. Mais de um trabalhador braçal, que ganha em média R$ 900,00 e ao longo da vida nem sempre usou os equipamentos de segurança adequados para a função que exerce. Marcos Antônio tem 41 anos e há 23 atua como pedreiro na função de fixador e lavador de pastilhas de prédio. Trabalha nas alturas. Fazendo rapel e diariamente se arriscando. Marcos é apenas um dos tantos assalariados da Paraíba que leva a sério o termo “profissão perigo”. Ao lado de bombeiros, policiais, oficiais de justiça e tantos outros empregos, ele convive diariamente com o risco extremo. “No início da minha profissão eu tinha medo de altura, mas tinha que trabalhar e aceitei o desafio”, revela, se preparando para mais um dia de trabalho em que normalmente fica suspenso em alturas que chegam a 30 metros de altura.
E de posse de um complexo equipamento de segurança, admite que nem sempre foi assim. “Nos primeiros três anos de trabalho, lá no início, eu já fiquei pendurado preso apenas por uma corda”, relembra. Hoje não. Antes de se arriscar, Marcos Antônio se equipa com botas, capacete, luvas, óculos de proteção, protetor auricular, cinto tipo para-quedas, “trava-quedas” e cordas de seda (mais resistentes). “Hoje em dia eu já encaro meu trabalho com mais naturalidade. Mas confesso que quando entro de férias não sinto falta da adrenalina. Procuro esquecer a altura e descansar”, explica.
O engenheiro de segurança Luciano Roque, dono de uma empresa que realiza este tipo de trabalho, admite os riscos, mas avisa que existem suas vantagens. “Trata-se da elite da construção civil. Paga-se mais ao pedreiro que aceita este desafio, até porque nem todo mundo está apto e nem todo mundo tem esta coragem”, revela. Além de Marcos, ele tem dez outros funcionários contratados nesta função, que passam por treinamento antes de começar a trabalhar. “Só admitimos para este trabalho os pedreiros mais experientes”, completa.
Por: phelipe caldas
Por: phelipe caldas
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