Fazer hora extra aumenta em 60% a chance de ter ataque cardíaco, diz estudo, pesquisa com mais de 10 mil servidores públicos ingleses mostra que trabalhar 10 horas ou mais por dia faz mal ao coração.
Um estudo publicado nesta terça-feira (11/05/10) no European heart journal (jornal europeu do coração) revela que pessoas que ultrapassam frequentemente o expediente em três ou quatro horas têm 60% mais chances de desenvolver doenças cardíacas que pessoas que cumprem o horário. O tempo de trabalho considerado ideal pelo estudo é de sete horas por dia. Estariam, portanto, incluídas na categoria de risco aqueles que, com frequência, fazem 10 ou mais horas por dia de trabalho.
Marianna Virtanen, epidemologista do Instituto Finlandês de Saúde ocupacional e da Universidade College London (UK), explica que “a associação entre longas jornadas de trabalho e doenças coronárias foi analisada independentemente de outros fatores de risco, como fumo, obesidade e alto colesterol”.
O estudo, apelidado de Whitehall II, começou em 1985 e recrutou 10.308 funcionários públicos londrinos entre 35 e 55 anos – todos de áreas diferentes. A amostra atual inclui os resultados para 6.014 pessoas (4.262 homens e 1.752 mulheres), entre 39 e 61 anos, que foram acompanhados até 2004.
Durante os 11 anos de pesquisa, 369 pessoas tiveram problemas cardíacos (alguns até faleceram em consequência). Os pesquisadores encontraram várias explicações possíveis para os resultados. A primeira é a de que pessoas que trabalham demais, além de não dormir o suficiente, desenvolvem mais ansiedade, depressão, agressividade, competitividade, tensão, preocupação excessiva com o uso do tempo e hostilidade. Outra explicação inclui pressão alta ocasionada pelo stress e o fato de que pessoas que trabalham horas extras tendem a trabalhar doentes.
A pesquisa, contudo, não esgota as possibilidades. “Outra explicação plausível pode ser que fatores de risco são mais comuns entre aqueles que trabalham mais horas. Ou que a experiência de estresse crônico (frequentemente associada com longas horas de trabalho) afeta negativamente os processos metabólicos. É importante que estas hipóteses sejam examinadas em detalhe no futuro”, diz Virtanen.
Por Redação Galileu
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