Exposição a sangue e outros materiais biológicos potencialmente contaminados com o HIV e/ou os vírus das hepatites B e C.
Os acidentes de trabalho entre trabalhadores da saúde com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente.
1- Cuidados locais imediatos com a área exposta.
a) Em exposições percutâneas ou cutâneas, lavar com água e sabão. Apesar de não haver nenhum estudo que demonstre o benefício adicional ao uso do sabão neutro nesses casos, a utilização de soluções anti-sépticas degermantes é uma opção.
b) Em caso de exposição em mucosas, lavar com água em abundância ou solução salina fisiológica.
Importante: Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são completamente contra-indicados. Nesse sentido recomenda-se não lavar com esponjas ou outros materiais que possam provocar escarificação da pele.
2- Busque atendimento imediatamente.
No seu atendimento, serão avaliados:
Tipo de exposição que ocorreu e material biológico envolvido.
Avaliação de informações epidemiológicas, clínicas e sorológicas do paciente-fonte, quando conhecido. A demora dos resultados dos testes sorológicos não deve ser motivo para atraso do inicio das medidas profiláticas. Para exposições envolvendo paciente-fonte desconhecido (material no lixo, etc...), serão analisados dados epidemiológicos para se avaliar a possibilidade de infecção quanto a HBV, HCV, HIV. Seringas ou agulhas descartadas não devem ser testadas para avaliação de contaminação viral.
Sua avaliação (trabalhador de saúde acidentado) – será investigada a história clínica e epidemiológica para estas infecções veiculadas pelo sangue (HIV, HBV, HCV) e também a imunidade relacionada à infecção pelo vírus da hepatite B (p.ex. vacinação prévia, esquema de vacinação utilizado, determinação de resposta vacinal).
Será decidido se estarão indicados:
Medidas de prevenção pós-exposição para hepatite B – vacina e gamaglobulina hiperimune.
Medidas de prevenção pós-exposição para HIV – medicamentos anti-retrovirais.
Acompanhamento clínico e epidemiológico para HIV, HBV ou HCV.
Lembra-se que para hepatite C não há até o momento nenhuma medida profilática possível de ser instituída. Mas é importante ressaltar que, mesmo assim, trabalhadores da saúde potencialmente expostos ao vírus da hepatite C deverão ser acompanhados clinica e laboratorialmente. No caso do trabalhador vir a se contaminar (infecção ocupacional pelo HCV), pode vir a ser indicado o tratamento precoce da infecção.
É importante ressaltar que as profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. Assim, a prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal e mais eficaz medida para evitar a transmissão do HIV e dos vírus da hepatite B e C. Ações educativas permanentes e medidas de proteção individual e coletiva são fundamentais.
Autor: Equipe Riscobiologico.org
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