Funcionários da Sanepar e da
Copel participam de uma campanha para
reduzir o número de acidentes com cães em Curitiba. Promovida pelo Hospital
Universitário Cajuru – o maior centro de atendimento a emergências médicas da
capital – a campanha pretende conscientizar a população sobre os cuidados
necessários para evitar esse tipo de acidente, responsável por boa parte dos
afastamentos de funcionários das duas empresas estatais e também de outras
prestadoras de serviços públicos, como os Correios e a Cavo.
A campanha será realizada em
pontos de grande movimentação, como terminais de ônibus e hipermercados. Serão
distribuídos materiais informativos sobre cuidados e a responsabilidade de cada
um com os animais e uma cartilha com dicas para identificar sinais de um
possível ataque, como proceder em casos de acidentes e os primeiros socorros a
serem dispensados à vítima.
A Sanepar registrou no ano
passado, apenas em Curitiba e região, 48 casos de leituristas afastados do
trabalho em razão de mordidas de cães. Este ano, já são 12 casos, um deles
grave. Na maior parte dos casos, os leituristas sofreram ataques nas pernas,
mãos e dedos. “Alguns já passaram por essa situação mais de uma vez”, diz o
gerente da Unidade de Faturamento da Sanepar, Marcos Cardoso.
Na Copel, os ataques de cães
a leituristas representam a principal causa de acidentes sofridos por
empregados em Curitiba, correspondendo a 30% do total de casos. Apenas nos
primeiros três meses de 2012, foram sete acidentes causados por ataques caninos.
De acordo com o Setor de Segurança do Trabalho da companhia, em cerca de 70%
dos acidentes com cães há omissão ou negligência do proprietário.
Por isso, a Copel já vem
adotando ações para tentar neutralizar os riscos, como enviar cartas com
orientações aos consumidores, alertando os donos de cães sobre assuas
responsabilidades na guarda de animais e com a segurança de terceiros.
Em 2011,a companhia passou a
tratar judicialmente os casos de acidentes com cães. Após comunicação da
ocorrência à autoridade policial, há instauração de demanda no Juizado Especial
Criminal, com acompanhamento e apoio da Diretoria Jurídica da empresa. Há
vários processos em trâmite, visando responsabilizar os proprietários dos
animais com base nos artigos 31 da Lei de Contravenções Penais (omissão de
cautela), 129 do Código Penal (lesão corporal) e 186 do Código Civil.
“Além de zelar pela
integridade física dos seus empregados, a intenção da Copel é deixar claro aos
proprietários de animais que eles têm responsabilidade direta pela segurança
das pessoas”, esclarece Adílson Majchszak, gerente da Divisão de Leituras da
Superintendência Regional de Distribuição Leste da Copel, setor encarregado da
leitura mensal de todos os medidores de consumo de energia elétrica instalados
em Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.
PREVENÇÃO– O gerente da
Unidade de Faturamento da Sanepar, Marcos Cardoso, diz que os acidentes com
cães causam traumas profundos nos empregados e um prejuízo grande para a
empresa. “Fazemos treinamentos todos os anos, mas há casos em que é difícil
evitar o acidente, já que muitos cachorros ficam soltos na rua e alguns donos
chegam até a incitar os cães contra os leituristas”, afirma.
Para reduzir o número de
acidentes, tanto a Sanepar quanto a Copel pedem que a população adote medidas
de prevenção e prenda seus cachorros em dias de leitura do consumo de água e
energia elétrica. “Os portões devem ficar trancados, as grades devem ser
adequadas ao tamanho do cachorro, evitando que a cabeça do animal passe pelo
vão, e os muros devem ser altos, impedindo que o cão pule”, orienta Cardoso, da
Sanepar.
Ele pede também que os
proprietários dos imóveis facilitem a leitura, colocando o hidrômetro num local
de fácil acesso e a caixa de correio numa altura que impeça que os cães
alcancem a mão dos leituristas. “São atitudes simples, masque demonstram
respeito ao trabalhador”, diz Cardoso.
Como medida de segurança, os
próprios leituristas da Sanepar podem registrar no equipamento que faz a
leitura da conta um alerta sobre a existência de cão solto ou bravo. Esse
alerta sonoro tem o som de um latido. Toda vez que o leiturista se aproxima do
imóvel, o alerta é dado, prevenindo os acidentes com cães. O proprietário, por
sua vez, recebe um comunicado na conta de água para que prenda o cachorro nos
dias de leitura.
Na carta que costuma enviar
a seus consumidores, a Copel também recomenda que os cães sejam mantidos presos
nos dias de leitura, independentemente do tamanho ou temperamento do animal. E
alinha alguns cuidados básicos para evitar que os cães de guarda venham a ferir
pessoas ou outros animais, tais como adestramento básico, instalação de cercas
protetoras, manutenção dos cães em canis apropriados e adequados ao seu porte,
uso de guia e coleira e, se possível, sinalização externa visível com a placa
“CÃO BRAVO”.
A Copel também relembra ao
proprietário sobre a necessidade de manter seu cão vacinado e de não deixá-lo
solto na rua.
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