quinta-feira, 18 de julho de 2013

Combate aos grandes acidentes

Quando na ativa, na década de 80, o corpo de bombeiros do Estado de São Paulo convidou vários profissionais da área de segurança, para compartilharem experiências sobre desastres.

Isto porque, os soldados do fogo ao adentrarem em uma área industrial, ficavam e ficam, expostos a produtos químicos, equipamentos, matérias primas desconhecidas deles, e não afetas ao seu dia a dia no combate a incêndios em prédios residenciais e comerciais.

Partiu de uma empresa estrangeira, na época muito organizada com relação à Brigada de Incêndio, estender o convite aos membros dos SESMTs das empresas da região Sul Fluminense, para, em conjunto, analisar as implicações que trariam às empresas, uma regulamentação estadual sem a participação destas com suas diversidades de materiais e sistemas de trabalho.

Na época, chegou-se à conclusão da necessidade de se criar um Plano de Emergência para a Via Dutra, no trecho Fluminense, principalmente com relação a desastres com químicos.

UM GRUPO REGIONAL PARA ESTUDOS DE SST

A grande vantagem dessa experiência foi a criação de um grupo regional para estudos de segurança do trabalho, que muito veio a contribuir nesse caso e depois até mesmo no estudo de Normas Regulamentadoras, em um canal direto que passamos a ter com o Ministério do Trabalho, inclusive na regulamentação de Cargas Perigosas.

Após anos de existência, onde contribui como Coordenador, acabamos chegando à necessidade de se criar, como dissemos acima, um Plano de Emergência para socorro de desastres com caminhões na Via Dutra.

Logo necessitamos um veículo com todos os equipamentos para socorro, primeiros socorros, Epis para os socorristas, literatura sobre os diversos produtos que circulam pela estrada, suas características, número da ONU, etc.

Isto, hoje, com muito mais recursos do que à época, principalmente com o recurso da informática e a rapidez da internet, pode ser trabalhado com segurança, montando-se equipes de atendimento de emergências, treinando-os para que uns não interfiram nas áreas de outros, principalmente sem adentrar nas áreas dos Corpos de Bombeiros.

Com relação às cidades, hoje, com muito mais facilidade pode-se profissionalizar as equipes que compõe as Defesas Civis, organizando-as para primeiros socorros, vazamentos de produtos químicos, proteção dos mananciais, desabamentos, escorregamentos de encostas, fogo nas matas, etc.

DEFESA CIVIL E PLANO DE EMERGÊNCIA

Defesa Civil, com plano de emergência adequado dará uma segurança muito grande à população dos municípios. Brigada de incêndio, onde não houver Corpo de Bombeiros, bem treinados e com materiais adequados aos riscos encontrados nos municípios, poderão atuar sem perigo, em suas emergências. Evidentemente que, essas equipes poderão colaborar e muito com a fiscalização em um trabalho preventivo residencial, comercial e industrial, levantando-se de antemão, produtos, equipamentos, matérias primas e suas reações com água e fogo, desabamentos e deslizamentos de encostas.

Mas, tudo isto deve ser considerado com a devida importância e seriedade pelas administrações municipais, sem o que, não se chegará a nenhum lugar. Vejam a importância de um Plano de Emergência bem estruturado, que chegue ao ponto de se conhecer todos os materiais empregados nas estruturas das construções de locais de reunião de público, que a equipe ao estar se deslocando para um local de desastre, já poderia a caminho, estar estudando os riscos daquela ocorrência que irão atender.

Não estamos falando de nada absurdo. Se isto existisse em Santa Maria, por exemplo, os profissionais que lá fossem combater o fogo  não iriam, com certeza, enfrentar gases tóxicos porque durante a fiscalização do plano de emergência já teriam sido levantados os materiais que poderiam gerá-los, e não seriam empregados ali. E, claro, o número de vítimas seria outro bem menor, ou até mesmo sem vítimas fatais.

Mas, e novamente o mas, nossas prefeituras estariam em condições de colocar isto em prática? Se nem a execução das Normas Regulamentadoras são observadas na sua maioria?

Mas, não podemos desistir de perseguirmos uma condição melhor para nossos filhos e netos. Não podemos aceitar que Municípios não tenham sequer organizadas uma Defesa Civil atuante, com os mínimos recursos para atendimento de acidentes e um bom Plano de Emergência.

Amaro Walter da Silva, Eng de Seg do Trabalho
Coordenador de Hardware (NRFACIL)


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