quarta-feira, 24 de julho de 2013

Primeiros Socorros em afogamento

Por:  | Em: Primeiros socorros 

É com imensa alegria que recebemos hoje um artigo de um convidado, o André Padilha. Ele já tinha colaborado conosco com o artigo Política de Segurança e Saúde do Trabalhador e agora veio repetir a dose.
O artigo sobre afogamento mostra como o socorrista deve agir em afogamentos. O texto está muito bom. E como socorrista que é, o André tem autoridade e conhecimento para falar sobre esse assunto que é tão delicado e importante. E vamos ao artigo!
 INTRODUÇÃO
É uma das ocorrências com maior número de chamadas em épocas de férias escolares e festas de final de ano. Portanto algumas informações são extremamente importantes quando se vai atender uma vítima de afogamento.
As crianças são as mais vulneráveis neste caso, portanto, a primeira conduta a ser adotada é manter vigilância redobrada para evitar que este tipo possa ocorrer com o seu filho.
Adotar plaquetas de sinalização com fone, nome completo, tipo sanguíneo também podem ajudar em outras situações:
Crianças perdidas;
Desmaios;
Acidentes automobilísticos;
Acidentes envolvendo quedas de altura;
Acidente com perfuro cortante (facas, latas de alimentos em conserva, cacos de vidro, entre outros).
 Mais muita atenção, pois nos casos de afogamento as “manobras cardiorrespiratórias” também conhecidas como “técnicas de ressuscitação”. Elas variam conforme a idade da vitima.
Para bebês de um 1 mês de vida, aplicas-se um tipo de técnica, e para crianças, jovens e adultos aplica-se outro tipo de técnica. 
1) BEBÊS E CRIANÇAS
Bebes e crianças até a idade de 05 anos (em média) costumam se afogar em situações do cotidiano:
Tomar banho;
Mergulhando a cabeça em baldes, piscinas de plástico;
Até mesmo em vasos sanitários.
2) JOVENS E ADULTOS
Pessoas que exageram no consumo de bebidas alcoólicas em locais como as praias, piscinas, rios, igarapés, represas e curvões abandonados.
Em algumas praias litorâneas existe a sinalização de “risco de afogamento” ou “mar em ressaca”. Quando observar este tipo de sinalização evite adentrar na água.
Em outros casos que ocorrem com menor frequência, mais pode acontecer, que são nos casos de “convulsão”. Pessoas que são portadoras de “epilepsia” podem ter uma crise quando estão nadando.  
3) O QUE SE FAZER
Tirar a pessoa da água o mais rápido possível, se for possível realizar este procedimento em dupla.
Chamar o Corpo de Bombeiros Militar (193), SAMU (192) ou CIOP (190).
Enquanto estiver aguardando colocar a vitima de afogamento de costas no chão firme, mantendo a mesma aquecida.
Checar se a vitima esta consciente, para isso, se souber chame pelo nome da mesma e fique tentando realizar a manutenção da conversa indagando sobre outras informações, se for preciso verifique a pulsação dela;
Se após esta pequena intervenção a vitima mostrar sinais de recuperação, procure acalmar a vitima;
Caso a vitima não recupere a consciência com essa pequena intervenção, não reagindo aos estímulos externos e nem interagindo com o ambiente, será necessário realizar manobras de cardiorrespiratórias o mais rápido possível.
4) O QUE NÃO DEVE SER FEITO
Não se deve em maneira alguma oferecer líquidos para á vitima de afogamento, principalmente se estiver inconsciente.
Não se deve colocar a vitima de afogamento na posição sentada.
5) QUAIS OS RISCOS?
Sim, quando uma vitima de afogamento não recebe atendimento adequado ou permanece durante muito tempo embaixo d’água pode apresentar sequelas respiratórias e neurológicas devido ao longo tempo que o cérebro e demais órgãos ficaram sem oxigênio.
6) COMO FAZER A VENTILAÇÃO BOCA-A-BOCA E MASSAGEM CARDÍACA.
VENTILAÇÃO BOCA-A-BOCA EM CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS.
A primeira providencia é acionar os serviços especializados de resgate, SAMU (192) e Bombeiros (190), passando toda a informação pertinente (endereço e situação da vitima);
A segunda é colocar a vitima de afogamento de costa apoiada no chão. Em seguida, posicione a cabeça da vitima alinhada ao corpo, inclinando levemente para trás, com o queixo virado para cima;
A terceira é verificar se há objetos estranhos dentro da boca da vitima (dentaduras), procure remover com cuidado;
A quarta providencia e Utilizar o dedo polegar, puxe a mandíbula para frente para facilitar a passagem de ar. Tape o nariz da vitima com a outra mão.
A quinta providencia o socorrista deve inspirar o ar profundamente e segurar o ar nos seus pulmões;
A sexta providencia é colocar os seus lábios firmemente de encontro à boca da vitima, soprando logo em seguida, de modo a empurrar o ar para as vias áreas da vitima;
A oitava providencia é continuar realizando este procedimento de forma alternada com a massagem cardíaca;
O socorrista deve prestar atenção com relação ao acompanhamento do pulso da vitima e também com relação à coloração da vitima;
Se a vitima não apresentar o movimento toráxico é porque o ar não esta chegando aos pulmões da vitima, e inspiração do ar não esta sendo aplicada de forma correta.
 MASSAGEM CARDÍACA
Essa técnica serve para devolver e/ou reestabelecer a circulação a vitima.
Primeiro passo é localizar de forma rápida e segura o apêndice xifoide. Para isso deve se localizar o osso externo, o último ponto de ligação entre as costelas;
A sua ação deverá acontecer aproximadamente 2 dedos acima deste ponto. O coração é massageado entre o externo e a coluna;
Em seguida se posicione ao lado da vitima, de preferência ajoelhado, de modo que fique com a costa reta e tenha mobilidade para realizar as manobras. Com os braços totalmente esticados e mãos apoiadas sobre o corpo da vitima em um único ponto (osso externo);
A posição das mãos, que devem estar uma sobre a outra, com os dedos entrelaçados, tocando apenas em um ponto;
Inicie a manobra cardíaca, que deve ser feita de forma rápida com movimentos fortes e precisos;
O tórax precisa ceder pelos 3 cm, em média, para que o coração seja pressionado pelo osso externo;
Quando o socorrista estiver sozinho o ideal é que esse procedimento seja feito de forma rápida para tentar aproximar a frequencia cardíaca (em média 100 batimentos por minuto).
 EM BEBÊS
Em bebês, devido a sua fragilidade e formação óssea diferente de um adulto ou jovem, a massagem cardíaca e a insuflação de ar são aplicados de forma diferenciada.
Coloque a criança em local plano e rígido (chão, porta de madeira);
De barriga para cima e com a cabeça inclinada para trás. Em bebês muitos pequenos é aconselhado envolver o corpo da criança com as duas mãos na altura do coração;
Afrouxe totalmente a roupa do bebê;
Realize a compressão do tórax da criança na altura do coração, utilizando os dedos polegares, fazendo 3 massagens para 1 ventilação;
Neste caso a ventilação é diferenciada, o socorrista deve envolver a boca e o nariz do bebê com a sua boca e inspirar de forma cuidadosa o ar para os pulmões do bebê.
RISCOS EXISTENTES
Pode ocorrer fraturas dos ossos da costela (tórax);
O ideal é que este tipo de procedimento seja realizado em dupla, pois é extremamente cansativo somente para um socorrista e/ou emergencista.
ATENÇÃO:
MASSAGEM CARDÍACA E VENTILAÇÃO EM:
BEBÊS: 1 VENTILAÇÃO PARA 3 MASSAGENS.
CRIANÇAS: 1 VENTILAÇÃO PARA 5 MASSAGENS.
ADULTOS: 2 VENTILAÇÕES PARA 15 MASSAGENS.
 O AUTOR
André Luiz Padilha Ferreira MBA / Área Gestão de Pessoas Tecnólogo em Segurança Privada Fone: (91) 9214-2223
André Padilha
Analista de Riscos em Segurança Empresarial e Corporativa.
MBA Avançada em Consultoria em Recursos Humanos.Gestor de Segurança Privada.
Bombeiro Civil.

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