30/03/2011
Por Fernando Leal
É provável que o termo acima seja desconhecido para algumas pessoas. Mas é quase certo que muitos, mesmo desconhecendo, já tenham vivido esse fenômeno. Senão vejamos: Já aconteceu de você estar em uma aula ou reunião e o apresentador questionar o conhecimento do grupo com perguntas tipo, “alguém tem alguma dúvida?”. Isso é o bastante para que as pessoas não manifestem a sua ignorância, passando para quem fez a pergunta, a impressão de que todos dominam aquele assunto. Na primeira oportunidade de um bate-papo a dois, com quem estava por lá, a dúvida vem à tona, com a revelação de ambos de desconhecimento do assunto. Ao inquirir uma terceira pessoa, verão que ela também desconhecia o tema. Resultado: o que se imaginava ser do conhecimento de todos, de repente passa a ser do domínio de poucos, ou de quase nenhum.. Essas pessoas acabam de contribuir para provocar no interlocutor a tal “ilusão da unanimidade”. Aparentemente todos concordavam que tinham conhecimento do tema. Essa era a ilusão.
E por que será que isso acontece? Esse é um fenômeno próprio do público adulto, e
tem a ver com o chamado auto conceito ou auto imagem, característicos da pessoa. O adulto não quer ver essa sua imagem desgastada, tendo que reconhecer de público uma ineficiência, que imagina ser só sua. É como se ele olhasse ao seu redor, após a pergunta feita, e imaginasse que todos, por não terem se pronunciado, tinham conhecimento do assunto indagado. E será justamente ele a dizer que não sabe? Prefere, então, correr o risco de sair dali sem ter aprendido muito coisa, para perguntar depois a alguém que ele imagina ter entendido. A surpresa é quando constata que, além dele, muitos outros também desconheciam o assunto.
tem a ver com o chamado auto conceito ou auto imagem, característicos da pessoa. O adulto não quer ver essa sua imagem desgastada, tendo que reconhecer de público uma ineficiência, que imagina ser só sua. É como se ele olhasse ao seu redor, após a pergunta feita, e imaginasse que todos, por não terem se pronunciado, tinham conhecimento do assunto indagado. E será justamente ele a dizer que não sabe? Prefere, então, correr o risco de sair dali sem ter aprendido muito coisa, para perguntar depois a alguém que ele imagina ter entendido. A surpresa é quando constata que, além dele, muitos outros também desconheciam o assunto.
E como fazer para livrar-se disso? É simples. Basta que se evitem algumas perguntas em situações de grupo, como: “todos aqui sabem sobre isso?” ou, “ alguém tem alguma dúvida, sobre isso?”, ou outras formas de inquirir que vão nessa mesma direção. Em vez delas, prefiram: “quem poderia falar sobre tal assunto?” “quem poderia me ajudar, dando um exemplo?” , e assim por diante.
Resultado semelhante se obtém quando, por exemplo, uma pessoa de nível hierárquico elevado, dirige-se a um subalterno perguntando se ele sabe fazer algo. Dependendo da postura desse chefe, a possibilidade dele dizer não pode ser remota, considerando o temor do que poderá lhe ocorrer, caso revele a sua ineficiência ao chefe. E o que ele responde? “- Sim, é claro que eu sei!” E sai dali correndo para perguntar a alguém, que nem estava na hora em que a tarefa foi passada, mas que é um “igual”, para saber como se desincumbir daquela missão. Resultado disso? Normalmente trabalho executado em não conformidade com o que foi pedido, gerando retrabalhos e muitos outros prejuízos. E tudo isso poderia ser evitado com mais um pedido: “- Já que você sabe, gostaria de observá-lo fazendo, antes de entregar-se à tarefa.” Somente assim poderíamos nos livrar de muitas dessas ilusões. Pense nisso da próxima vez em que for perguntar ou pedir que alguém faça algo para você.
Fonte: www.paraibavip.com.br
Fernando Leal é Mestre em Educação, Economista e Pedagogo. Especialista em T e D e em Gestão de Pessoas. Palestrante nas áreas de educação, empreendedorismo, relações interpessoais e atendimento ao cliente. Ex-gerente de educação empreendedora e gestor da Universidade Corporativa do Sebrae Paraíba, empresa na qual atuou por quase 30 anos.
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