domingo, 23 de janeiro de 2011

Cadeiras de escritório e posto de trabalho


Pode até parecer uma tarefa simples, mas não é.
Escolher cadeiras de escritórios é um dos pontos-chave dos projetos corporativos e requer uma série de cuidados por parte do arquiteto. Desprezar os requisitos mínimos de especificação certamente trará consequências desagradáveis para o funcionário, para a empresa e também para o especificador. Problemas de saúde e baixa produtividade - com queda de até 40 minutos das horas trabalhadas, segundo estudo do ergonomista E. R. Tichauer - podem estar diretamente relacionados à má postura provocada pelo uso de um assento desconfortável.
Portanto, antes de adquirir o produto, o ideal segundo especialistas, é fazer uma avaliação apurada das condições do ambiente de trabalho dos futuros usuários. Como a variedade de funções e de biotipos dentro de uma mesma empresa é cada vez maior, é fundamental levar em conta a natureza das atividades que serão exercidas e as características e limitações dos funcionários. "Um dos erros primários cometidos pelos profissionais é não considerar o uso a que se destina o assento, o que pode ser evitado com uma análise ergonômica do trabalho, conforme é exigido na NR 17 (Ergonomia)", lembra o designer e ergonomista João Bezerra de Menezes, professor-adjunto da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ESDI/UERJ) e sócio da Ergotec Projeto e Consultoria. Há pessoas, por exemplo, que passam o dia em estações de trabalho acessando gavetas, arquivos, pastas - e as cadeiras devem ser flexíveis a ponto de acompanhar esses movimentos. Em locais que funcionam durante 24 horas, como call centers e postos de controle, os móveis devem ser resistentes e ter regulagens para se adaptar aos diferentes usuários.
Outro ponto que deve ser observado é a compatibilidade do produto com a estação de trabalho e com os equipamentos a serem usados nas tarefas diárias. "É preciso levar em consideração o posto de trabalho como um todo, não apenas a cadeira. O funcionário ficará em pé, em uma mesa ou em uma bancada? O especificador também tem de pensar na altura do apoio dos braços e no desenho da mesa", observa Uiara Bandineli Montedo, professora da área de ergonomia do departamento de engenharia de produção da Escola Politécnica da USP, ressaltando que o assento precisa garantir o apoio dos membros superiores, evitando uma hipersolicitação dos braços. "A cadeira certa dará apoio flexível ao corpo do usuário em todas as posições do trabalho", completa Menezes.
POR GISELE CICHINELLI

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