quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Patos é a bola da vez da construção civil

        O município de Patos, 300 Km da capital João Pessoa, uma população de aproximadamente 102 mil habitantes, tem se revelado na área da construção civil nos últimos dois anos, de maneira intensa, acordando para um segmento que vivia estagnado.
        O desequilíbrio na oferta, bem inferior à demanda, sempre foi motivo de desespero, principalmente para os milhares de estudantes que buscam a cidade para um curso profissional oferecido pelas universidades e faculdades locais. Hoje prédios em construção, abertura de vários loteamentos, condomínios podem contribuir bastante para a normalização do valor dos aluguéis, em muitas situações mais elevados que os da Capital.
        Em Patos há apartamentos de quase R$ 1 milhão, a exemplo do que está à venda no edifício Mont Azul, na Bossuet Wanderley, estipulado entre R$ 800 mil a R$ 900 mil. Só para se ter idéia, o IPTU de um apartamento desse edifício é superior a mil reais.
        “A cidade de Patos tem muito para se expandir. O mercado imobiliário está em franca ascensão e com certeza não falta público comprador”, diz Sandro Dutra, empresário da Mediterranê, que possui loteamento e condomínio na cidade de Patos.
        A geração de empregos nesse segmento, que cresce de 15% a 20%, também serve de termômetro de seu aquecimento. Existe carência de profissionais. Falta gente capacitada que atenda as exigências de construtoras que aportam na cidade para erguer novos empreendimentos imobiliários, segundo informa o presidente do SINTRINCIM – Sindicato dos Trabalhadores Intermunicipal nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Patos e Região Sindicato da Construção Civil de Patos e Região, Raimundo Nonato.
        O déficit habitacional é grande e preocupa também os órgãos governamentais que lidam com a problemática dos sem-teto, que aguardam os investimentos que possam realizar seus sonhos da moradia própria. As invasões, ocupações, formações de acampamentos acabam ocorrendo de forma inevitável.
        É uma pena que muitos dos empresários que se dedicam à construção civil em Patos não estejam preparados para a atividade. Há cerca de um ano a fiscalização do Ministério do Trabalho determinou a paralisação de cerca de dez obras na cidade de Patos por encontrar nelas situações que representavam grave e iminente risco para a segurança dos trabalhadores com perigo de quedas, pancadas, choques elétricos ou soterramento, casos em que a fiscalização está obrigada a tomar tal medida. Na oportunidade, os auditores do Ministério do Trabalho orientaram empresários, engenheiros e mestres-de-obras, sobre as medidas que deveriam tomar para evitar tais riscos para suas obras e seus trabalhadores. É uma pena, que um ano depois, muitas destas obras voltaram a ser embargadas ou a ter equipamentos interditados, por repetirem problemas apontados um ano atrás. Outras obras foram paralisadas por motivos semelhantes, sem que houvesse reincidência, mas algumas delas são tocadas por construtoras que já sofreram punições em outras obras, o que lhes tira a primariedade. Não pode a busca do lucro ficar acima do respeito à segurança dos trabalhadores e das pessoas que visitam as obras. E os empresários precisam ouvir seus engenheiros e técnicos de segurança e obedecer às orientações que eles certamente estão preparados para fornecer. A segurança e a saúde do trabalhador não é a nossa área, mas as informações de que disponho são favoráveis aos engenheiros e técnicos de segurança que tocam as obras na cidade. Não lhes falta conhecimento. A preocupação dos empresários com a economia e com o lucro daí resultante é que fala mais alto. (LG)
Por: Marcos Eugênio

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