Por Eli Almeida
Campina Grande/PB
Recomendada pela OIT - Organização Internacional do Trabalho, para ser
implantada na indústria brasileira, em uma época em que o país ostentava
números recordes de doenças e de acidentes no trabalho em nível mundial, a CIPA
- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, em seus primórdios e até hoje, é
formada por trabalhadores, que junto com os empregadores, seriam as pessoas responsáveis
por ações de segurança no sentido de promover ambientes saudáveis e qualidade
de vida para todos no local de trabalho. Seriam, em nossos dias atuais, não é
bem assim que ela funciona.
A Comissão prevencionista parece não atender mais às recomendações da
OIT no que se refere à sua importância na gestão de infortúnios ocupacionais na
indústria brasileira. Para algumas empresas o grupo de cipeiro é visto como
pessoas que servem exclusivamente para “atrapalhar” o processo produtivo
industrial ou só para inventar as coisas.
Embora sejam obrigados a constituírem a Comissão, empregadores não estão
levando em consideração o trabalho prevencionista dos cipistas para construção
de ambientes salubres e as dificuldades encontradas pelos integrantes são diversas
para desenvolver suas atribuições. A CIPA, em algumas empresas, não existe
fisicamente, não funciona.
Na verdade, funciona apenas no papel, ou seja, existe para cumprir
requisitos legais, só isso, nada mais. E assim vai se proliferando a visão dela
perante a classe trabalhadora, que a CIPA não serve pra nada. Quando na verdade
é uma importante equipe na gestão de segurança.
Tudo isso se percebe no desinteresse dos componentes, desde o momento da
abertura do processo de inscrição até o final da gestão da equipe. A exclusão
de ações que visem promover melhorias para ambientes de trabalho dignos, por
parte de gestores, aparece como um dos motivos pela não participação dos
funcionários na Comissão.
Mas, os problemas não ficam apenas neste período. O curso de prevenção
de acidentes, por exemplo, que todo membro deve fazer, é mais um empecilho
enfrentado pelos cipeiros. Em muitos dos casos, eles são impedidos, por
supervisores de produção, encarregados, mestres de obra, engenheiros e gerentes
indústrias de frequentarem as aulas do treinamento da CIPA.
A ausência de valorização da Comissão para a causa da prevenção de
acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho desmotiva o trabalhador.
Sendo assim, fazer parte dela, é um meio de garantir uma estabilidade,
mesmo que provisória e curta. Essa é uma prática comum entre funcionários
quando se trata de fazer parte da CIPA.
A exclusão de gestão em medicina e engenharia de segurança que inclua a
equipe da CIPA aparece como um dos principais problemas no segmento. Sem essa
visão, empresas vão transformando a Comissão em um mero instrumento legal, uma
obrigação imposta, nada mais que isso. Assim é que funciona a CIPA em nosso
país.
Assim como outros instrumentos que poderiam ser úteis na prevenção de acidentes e doenças de trabalho, a cipa tornou-se apenas cumprimento de legislação, sevindo de cabide de emprego pra quem não ta nem aí com a segurança no ambiente laboral.
ResponderExcluirTriste realidade essa descrita pelo colega.