Foto: Tuno Vieira |
Segundo o Ministério da
Saúde, 110 mil crianças são hospitalizadas, por ano, no Brasil devido a
acidentes domésticos.
O ambiente do lar é, para a maioria das pessoas, um símbolo de segurança e tranquilidade. No entanto, sem a atenção necessária, o espaço doméstico pode se transformar em uma verdadeira armadilha, principalmente para crianças e adolescentes. Durante o período de férias escolares, quando os pequenos passam mais tempo em casa, os pais precisam redobrar os cuidados a fim de evitar acidentes que, muitas vezes, podem acarretar graves consequências.
Como os pequenos devem passar mais tempo em casa, nas próximas semanas, os pais precisam ficar atentos aos perigos existentes no lar.
Segundo aponta o Ministério da Saúde, cerca de 110 mil crianças são hospitalizadas, por ano, no Brasil devido a acidentes domésticos. Somente em 2010, mais de 83 mil meninos e meninas de até 14 anos de idade foram internados vítimas de quedas, queimaduras ou envenenamentos causados pela ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos.
Em Fortaleza, entre janeiro e outubro deste ano, o Instituto José Frota (IJF) atendeu 648 crianças, de zero a dez anos, com queimaduras ocorridas, muitas vezes, dentro de casa. Esta faixa etária, inclusive, é que registra maior número de casos no Centro de Queimados da unidade.
Conforme a pediatra intensivista e coordenadora da Comissão de Prevenção e Atendimentos de Maus Tratos do IJF, Francielze Lavor, as chances de ocorrência desse tipo de evento aumentam consideravelmente nas férias. Ela afirma que as principais vítimas são as crianças de quatro a sete anos.
Mobilidade
"Essa é a faixa em que os pais começam a deixar os filhos sem vigilância. A partir do momento em que a criança começa a engatinhar, a ter mobilidade própria, ela passa a explorar o ambiente. Logo, estão mais propícias a acidentes", ressalta Francielze.
A pediatra destaca que as quedas de janelas ou escadas são os acidentes mais frequentes, seguidos de queimaduras, choques elétricos e intoxicações. Destes, grande parte acontece no espaço da cozinha, considerado por ela o lugar que oferece mais perigos às crianças em casa.
"Na cozinha, há fogo aceso em vários pontos, e as panelas ficam no fogão com o cabo ao alcance dos pequenos. Além disso, é lá onde, normalmente, são guardados desinfetantes e venenos. Por isso, deveria haver uma separação entre esse lugar e o restante da casa", explica a médica pediatra.
Casas e prédios com piscinas também merecem atenção dos pais, em razão do alto risco de afogamento. "Esses espaços precisam ter grades ou redes para impedir que as crianças cheguem muito perto e caiam", orienta Francielze.
De acordo com as informações de Francielze Lavor, as consequências de um acidente doméstico podem variar desde simples arranhões a quadros bem mais complexos.
A ocorrência de sequelas incapacitantes não é rara. Os casos de queimadura, por exemplo, podem deixar cicatrizes profundas, acarretando a necessidade de cirurgias plásticas reparadoras, ou, em situações mais graves, levar à morte. O mesmo acontece nas quedas.
"Se uma queda resultar em um traumatismo craniano, nas instâncias mais graves, a criança pode morrer ou ficar com sequelas motoras ou cognitivas", alerta Francielze.
Para ela, a melhor forma de evitar os acidentes é adotar medidas preventivas e, principalmente, supervisionar os pequenos de forma constante. "Quando as mães estão em casa, muitas vezes se envolvem muito com as atividades domésticas e descuidam um pouco dos filhos. A criança precisa ser vigiada 24 horas por dia. Se ela estiver quieta demais, os pais devem ir atrás para ver o que está fazendo", diz a pediatra.
Se, ainda assim, a criança for vítima de algum evento perigoso, Francielze orienta que os pais devem, antes de tudo, ficar calmos e não tentar resolver o problema sem ter o conhecimento necessário, pois algumas ações podem piorar o estado de saúde dos pequenos. O ideal é chamar o serviço de emergência ou dirigir-se ao pronto socorro mais próximo de casa.
Lesão
Em caso de queda, a médica pediatra ainda orienta que a criança não deve ser movida para que a lesão não se agrave e ocasione a perda de movimentos permanentemente. Se o acidente for uma queimadura, a medida mais correta é apenas limpar o local ferido e não colocar nenhum produto em cima. Na hipótese de ingestão de substâncias tóxicas, os pais não devem tentar oferecer nenhum medicamento, mas é fundamental levar a criança a um pronto socorro ou hospital.
VANESSA MADEIRA
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1212327
O ambiente do lar é, para a maioria das pessoas, um símbolo de segurança e tranquilidade. No entanto, sem a atenção necessária, o espaço doméstico pode se transformar em uma verdadeira armadilha, principalmente para crianças e adolescentes. Durante o período de férias escolares, quando os pequenos passam mais tempo em casa, os pais precisam redobrar os cuidados a fim de evitar acidentes que, muitas vezes, podem acarretar graves consequências.
Como os pequenos devem passar mais tempo em casa, nas próximas semanas, os pais precisam ficar atentos aos perigos existentes no lar.
Segundo aponta o Ministério da Saúde, cerca de 110 mil crianças são hospitalizadas, por ano, no Brasil devido a acidentes domésticos. Somente em 2010, mais de 83 mil meninos e meninas de até 14 anos de idade foram internados vítimas de quedas, queimaduras ou envenenamentos causados pela ingestão de substâncias tóxicas ou medicamentos.
Em Fortaleza, entre janeiro e outubro deste ano, o Instituto José Frota (IJF) atendeu 648 crianças, de zero a dez anos, com queimaduras ocorridas, muitas vezes, dentro de casa. Esta faixa etária, inclusive, é que registra maior número de casos no Centro de Queimados da unidade.
Conforme a pediatra intensivista e coordenadora da Comissão de Prevenção e Atendimentos de Maus Tratos do IJF, Francielze Lavor, as chances de ocorrência desse tipo de evento aumentam consideravelmente nas férias. Ela afirma que as principais vítimas são as crianças de quatro a sete anos.
Mobilidade
"Essa é a faixa em que os pais começam a deixar os filhos sem vigilância. A partir do momento em que a criança começa a engatinhar, a ter mobilidade própria, ela passa a explorar o ambiente. Logo, estão mais propícias a acidentes", ressalta Francielze.
A pediatra destaca que as quedas de janelas ou escadas são os acidentes mais frequentes, seguidos de queimaduras, choques elétricos e intoxicações. Destes, grande parte acontece no espaço da cozinha, considerado por ela o lugar que oferece mais perigos às crianças em casa.
"Na cozinha, há fogo aceso em vários pontos, e as panelas ficam no fogão com o cabo ao alcance dos pequenos. Além disso, é lá onde, normalmente, são guardados desinfetantes e venenos. Por isso, deveria haver uma separação entre esse lugar e o restante da casa", explica a médica pediatra.
Casas e prédios com piscinas também merecem atenção dos pais, em razão do alto risco de afogamento. "Esses espaços precisam ter grades ou redes para impedir que as crianças cheguem muito perto e caiam", orienta Francielze.
De acordo com as informações de Francielze Lavor, as consequências de um acidente doméstico podem variar desde simples arranhões a quadros bem mais complexos.
A ocorrência de sequelas incapacitantes não é rara. Os casos de queimadura, por exemplo, podem deixar cicatrizes profundas, acarretando a necessidade de cirurgias plásticas reparadoras, ou, em situações mais graves, levar à morte. O mesmo acontece nas quedas.
"Se uma queda resultar em um traumatismo craniano, nas instâncias mais graves, a criança pode morrer ou ficar com sequelas motoras ou cognitivas", alerta Francielze.
Para ela, a melhor forma de evitar os acidentes é adotar medidas preventivas e, principalmente, supervisionar os pequenos de forma constante. "Quando as mães estão em casa, muitas vezes se envolvem muito com as atividades domésticas e descuidam um pouco dos filhos. A criança precisa ser vigiada 24 horas por dia. Se ela estiver quieta demais, os pais devem ir atrás para ver o que está fazendo", diz a pediatra.
Se, ainda assim, a criança for vítima de algum evento perigoso, Francielze orienta que os pais devem, antes de tudo, ficar calmos e não tentar resolver o problema sem ter o conhecimento necessário, pois algumas ações podem piorar o estado de saúde dos pequenos. O ideal é chamar o serviço de emergência ou dirigir-se ao pronto socorro mais próximo de casa.
Lesão
Em caso de queda, a médica pediatra ainda orienta que a criança não deve ser movida para que a lesão não se agrave e ocasione a perda de movimentos permanentemente. Se o acidente for uma queimadura, a medida mais correta é apenas limpar o local ferido e não colocar nenhum produto em cima. Na hipótese de ingestão de substâncias tóxicas, os pais não devem tentar oferecer nenhum medicamento, mas é fundamental levar a criança a um pronto socorro ou hospital.
VANESSA MADEIRA
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1212327
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