Um jovem
atirador matou 26 pessoas, incluindo 20 crianças pequenas, em uma escola do
ensino fundamental da cidade de Newton, em Connecticut, em mais um massacre com
armas de fogo que choca os Estados Unidos.
O
atirador, identificado pela imprensa local como Ryan Lanza, 24 anos, foi morto
na operação policial. Ele também teria matado o pai em casa e a mãe na escola,
onde ela trabalhava. O diretor e a psicóloga do colégio estariam entre as
vítimas fatais.
O
porta-voz da polícia, tenente Paul Vance, disse à imprensa que o atirador matou
20 crianças e seis adultos, incluindo alguém com quem morava, na Escola
Fundamental Sandy Hook, em Newtown, Connecticut.
O
atirador também morreu na cena do crime e um 28º corpo foi encontrado em outro
local ainda não revelado.
O
presidente americano, Barack Obama, chorou ao revelar que sente uma
"tristeza opressiva" pelo massacre em Connecticut, um "crime
abominável", e prometeu adotar medidas "significativas" para
impedir tragédias envolvendo armas de fogo.
"A
maioria daqueles que morreram hoje eram crianças, lindas criancinhas com idades
entre 5 e 10 anos", disse Obama na Casa Branca. "Elas tinham a vida
toda pela frente, aniversários, formaturas, casamentos, seus próprios
filhos".
Durante o
discurso, Obama fez várias pausas e respirou profundamente, algumas vezes
enxugando as lágrimas que insistiam em rolar.
"Entre
os falecidos estão ainda professores, homens e mulheres que devotaram suas
vidas a ajudar nossas crianças a realizar seus sonhos. Nossos corações estão
partidos hoje por causa dos pais e avós, dos irmãos e irmãs daquelas crianças
pequenas e pelas famílias daqueles que estão perdidos".
"Como
país, já passamos demais por coisas assim", disse Obama sobre massacres
anteriores no Colorado, no Oregon e no Wisconsin. "Estas localidades são
nossas, essas crianças são nossas (...). Precisamos nos unir e tomar medidas
significativas para evitar que mais tragédias como estas, independente de
questões políticas".
"Um
dos policiais disse que uma das piores coisas que ele já viu em toda a sua
carreira, mas foi quando contaram a todos aqueles pais esperando pela saída dos
filhos", declarou à emissora WCBS news uma enfermeira local, que correu
para o local da tragédia.
"Eles
pensavam que as crianças ainda estavam vivas, sabe. Eram 20 pais que acabaram
de receber a notícia de que seus filhos estavam mortos. Foi horrível",
contou.
Testemunhas
descreveram o massacre como um intenso tiroteio, com talvez 100 tiros disparados,
e contaram ter visto um corredor sujo de sangue.
"Estava
no ginásio na hora. Ouvimos muitos estrondos e achamos que fosse o zelador
desmontando coisas. Ouvimos gritos. E então, fomos para a parede e nos
sentamos", contou um menino à emissora WCBS.
"Foi
então que a polícia entrou. Tipo, ele ainda está aqui? Então ele correu. E aí
alguém gritou para encontrar um lugar mais seguro, então fomos para o banheiro
do ginásio e sentamos lá por um tempo", acrescentou, enquanto seus pais se
aproximavam, atordoados.
"Então
a polícia, tipo, bateu na porta, e estavam evacuando as pessoas, estávamos
evacuando as pessoas. Nós corremos", acrescentou.
"Havia
polícia em cada porta nos conduzindo por aqui, por ali. Rápido, rápido, venham.
Nós corremos até a brigada de incêndio. Havia um homem que derrubado no chão,
com algemas", acrescentou.
Após o
massacre, uma grande força policial se dirigiu para a vizinhança, enquanto
outras escolas da região foram fechadas.
A
tragédia em Connecticut é a segunda maior em número de óbitos em escolas do
país, depois do massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32
mortos.
O
massacre na Escola de Ensino Médio de Columbine, em 1999, deixou 15 mortos,
abrindo um debate feroz, porém inconclusivo, sobre a legislação branda de
controle de armas nos Estados Unidos.
Massacres
mortais são uma ocorrência frequente em espaços públicos nos Estados Unidos, e
só costumam terminar quando o atirador é morto ou se suicida.
No
acontecimento recente de mais notoriedade, em julho deste ano, James Holmes, um
jovem de 24 anos, teria matado 12 pessoas e ferido outras 58 quando abriu fogo
contra a sessão de meia-noite do último filme de Batman em um cinema de Aurora,
Colorado.
Apesar
destas tragédias, o apoio a leis mais duras para o porte de armas é
controverso, com muitos americanos contrários a restrições àquilo que
consideram um direito constitucional de manter armas de fogo potentes em casa.
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