quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Estudo da FUNDACENTRO analisa acidentes do trabalho fatais



Situações de São Paulo e Minas Gerais apontam maior acidentalidade entre jovens e menos escolarizados.
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21/02/2013
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A Fundacentro publicou um relatório sobre os primeiros resultados da vinculação de bancos de dados sobre acidentes do trabalho fatais nos estados de São Paulo e Minas Gerais, entre os anos de 2006 e 2008. 

O material, disponibilizado neste mês, é fruto de trabalho conjunto com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade e pode ser visualizado no Acervo Digital do portal da instituição, em Relatórios, ou diretamente em: 

O estudo relaciona os dados de declarações de óbitos com as Comunicações de Acidentes do Trabalho - CAT. Assim se baseia em dados do Sistema de Declaração de Óbitos da Fundação Seade, para São Paulo, e no Sistema de Informações sobre Mortalidades – SIM, do Ministério da Saúde, para Minas Gerais. Em ambos os casos, são usadas informações de CAT, do Ministério da Previdência Social, sobre casos fatais ocorridos entre 2006 e 2008. Aplicou-se o método de vinculação determinística entre as bases.

“A vinculação qualifica a informação. É a primeira vez que aplicamos para todos os municípios de dois estados importantes. Isso mostra que pode ser expandido para todo o país”, avalia o pesquisador da Fundacentro, Celso Salim, coordenador da pesquisa, juntamente com Bernadette Waldvogel, da Fundação Seade. “É um trabalho pioneiro, de importância estatística e epidemiológica”, conclui Salim. 

As informações foram tratadas de forma conjunta, buscando identificar casos comuns e elaborar uma base de dados mais completa. Houve uma padronização das variáveis e depois a vinculação. Foi possível identificar casos, que apesar de serem caracterizados como acidentes do trabalho pelo médico na declaração de óbito, não geraram CAT, como aqueles que foram comunicados à Previdência Social e não constavam na declaração. 

Duas bases de dados foram construídas. A base integrada hipotética, que inclui registros não vinculados, contabilizou 2.777 acidentes do trabalho fatais entre 2006 e 2008 no estado de São Paulo. Já em Minas Gerais o número foi de 1.419. A base vinculada registrou 2250 e 823 casos, respectivamente. 

Também foi possível analisar variáveis como idade, estado civil e escolaridade. Constatou-se que em Minas Gerais os acidentes do trabalho fatais ocorreram na maioria das vezes entre jovens de 25 a 29 anos. Já em São Paulo, a maioria tinha entre 20 e 29 anos. Em relação à escolaridade, em ambos os locais, averiguou-se que a maior parcela de vítimas de acidentes fatais é formada por trabalhadores com menor escolaridade.

Cerca de 30% dos casos apontaram mortes por traumatismo em relação aos paulistas. Em MG, 33,6% da CAT e 37,8% da base DO/SIM apontam causas externas por acidentes de trânsito. Nos dois estados, os motoristas de caminhão são os mais atingidos por acidentes fatais, 11,2% em São Paulo e 15,3% em Minas Gerais, segundo informações da CAT. Em seguida, vem a ocupação de servente de obras, abrangendo entre 4% a 6% dos acidentes considerados.

A metodologia utilizada durante o estudo foi desenvolvida e validada por Bernadette Waldvogel durante sua tese de doutorado, defendida na Faculdade de Saúde Pública, da USP. Salim destaca o rigor da metodologia e revela que outros estudos estão em fase final. Um trabalho conjunto entre Fundacentro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA utiliza mais de duas fontes para análise de dados sobre acidentes do trabalho e será divulgado em breve.


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